Submarino desaparecido: O que pode acontecer com o corpo dos tripulantes?

Acredita-se que as pessoas a bordo do submersível Titan tenham menos de 24 horas de suprimento de oxigênio

Submarino Titan, usado pela empresa OceanGate na expedição para visitar os destroços do Titanic | Reprodução: Internet
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No último domingo (18), um submarino turístico que tinha como objetivo visitar os destroços do Titanic que fica a aproximadamente 370 milhas da costa de Newfoundland, Canadá, no Oceano Atlântico Norte, desapareceu com cinco pessoas a bordo. Desde então, equipes de resgate estão em uma corrida contra o tempo para encontrar os desaparecidos. Nesta quarta-feira (21), mais três embarcações chegaram ao local de busca, uma delas com recursos de sonar de varredura lateral.

Atualmente, acredita-se que as pessoas a bordo do submersível Titan tenham menos de 24 horas de suprimento de oxigênio. Meios de comunicação dos Estados Unidos divulgaram um memorando interno vazado enviado ao Departamento de Segurança Interna dos EUA que diz que uma aeronave canadense detectou "sons de batidas" subaquáticas em intervalos de 30 minutos vindos da área de busca.

A CNN Internacional também relatou uma atualização interna enviada na noite de terça-feira, sugerindo que mais sons foram captados. Uma hora depois dos relatos da imprensa, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que uma aeronave de busca canadense havia captado "ruídos subaquáticos". O que mais preocupa as autoridades responsáveis é o período disponível de oxigênio para os tripulantes da embarcação. Na internet, criou-se uma comoção em torno do assunto e as possíveis consequências à saúde de quem está a bordo.

Qual o risco que essa tripulação enfrenta?

O submarino tem um sistema que permitiria, de acordo com as primeiras notícias, manter as pessoas por 96 horas, inicialmente. Ou seja, ela ofereceria condições semelhantes às da atmosfera, com 20% de oxigênio, 78% de nitrogênio e mais um pouquinho de outros gases, como explica Álvaro Pulchinelli, toxicologista da Clínica Felippe Mattoso, do Grupo Fleury ao Jornal O Globo. 

“No submergível, a ideia é que por 96 horas esse sistema fique equilibrado. Conforme vai passando o tempo, essa proporção vai piorando. Pela falta de troca e o gás carbônico ficar retido na cápsula, elas vão ficando mais lentificadas, têm dificuldade de consciência, sonolentas, até que ocorre a narcose, quando a pessoa fica desacordada. No pior dos cenários, elas não vão ter sensação de sufocamento iminente, vão estar apagadas”, explica o especialista.

Para economizar o oxigênio ao máximo, o ideal seria ficarem calmos e parados, mas é preciso considerar ainda a situação psicológica extrema. “Deveriam ficar o máximo possível em repouso, diminuindo a demanda para tentar fazer com que a mistura renda mais. Uma pessoa com bom condicionamento físico, que tenha boa oxigenação e não sendo estatura grande poderia até ter menos gasto, mas a gente gasta uma quantidade de combustível para se manter vivo, não há o que fazer. E como manter a calma nessa situação? O psicológico deve ser terrível”, afirma o toxicologista.

Possíveis sintomas

Um médico da Marinha estadunidense revelou os 4 “sintomas” que os tripulantes do submarino desaparecido podem estar sentindo no momento. Além de estarem perdidos no oceano, as 5 pessoas podem estar sofrendo com pânico, tremores, hipotermia e taquicardia.

A hipotermia pode ser um fator preocupante. Isso porque o fundo do mar pode chegar a 5º C. Como consequência, o corpo pode desenvolver tremores para elevar a temperatura, o que “gasta” mais oxigênio. Com a diminuição do oxigênio disponível no submarino e o aumento do CO2, os tripulantes podem sentir dores de cabeça e, até mesmo, perderem a consciência.

Além disso, o acúmulo do gás carbônico (CO2) é tóxico, o que prejudicaria ainda mais a situação em que os tripulantes se encontram. Por fim, a claustrofobia e o medo por estarem perdidos no oceano, podem causar pânico na tripulação. Com o pânico, vem a taquicardia, dificuldade para respirar e rigidez corporal.



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