Superfungo representa grande ameaça à saúde mundial: entenda motivos

Novo caso de bebê prematuro contaminado pelo Candida auris em hospital de Campinas acendeu alerta em autoridades da saúde

Primeiro caso foi detectado em 2020 e são três surtos da doença, dois em Salvador e um no Recife, em Pernambuco, dentro de unidades hospitalares | Reprodução: Internet
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Um superfungo chamado Candida auris tem preocupado especialistas da área da saúde por representar uma ameaça pública em escala mundial. O estado de São Paulo confirmou nesta última quarta-feira (7) o primeiro caso de contaminação pelo superfungo. A doença, registrada em 18 de maio, foi diagnosticada em um bebê prematuro que está internado no Hospital da Mulher da Universidade de Campinas (Unicamp), o Caism, no interior paulista.

De acordo com o hospital da Unicamp, foi adotada a metodologia de precaução de contato para os pequenos que foram atendidos por médicos que tiveram contato com o caso fonte. “Iniciar essa medida frente à simples hipótese de infecção ajuda a conter a disseminação de patógenos e a proteger pacientes e profissionais da saúde”, afirmou o Caism.

O estado de Pernambuco enfrenta um surto desse micróbio desde o início de maio, com nove casos registrados. O que tem deixado as autoridades de saúde do país em alerta devido a esses eventos. Uma característica do candida auris é alta letalidade e a capacidade de resistir aos remédios usados para combater o agente patológico. Há várias linhagens do fungo, e algumas são imunes a todas as três classes de remédios existentes. E embora os meios de transmissão sejam incertos, a contaminação dentro de hospitais é um traço comum no histórico do superfungo.

Existem três principais razões pelas quais o micróbio é considerado uma grande ameaça pública. A primeira razão é a multirresistência. Isso significa que o micróbio é resistente a vários antifúngicos comumente utilizados no tratamento de infecções por Candida. Algumas cepas são resistentes a todas as três classes disponíveis de antifúngicos, e segundo agências de saúde como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, do governo dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a taxa de mortalidade dos infectados chega a 60%.

A segunda razão motivo é o diagnóstico. É difícil identificar corretamente o micróbio por meio dos métodos laboratoriais padrão, o que pode resultar em diagnósticos equivocados em laboratórios sem tecnologia específica. A identificação incorreta pode levar a uma gestão inadequada da infecção. A terceira razão pela qual o superfungo é considerado uma ameaça é a disseminação. O micróbio causou surtos em ambientes de saúde, tornando crucial a identificação rápida do Candida auris em pacientes hospitalizados, a fim de que os serviços de saúde possam adotar precauções especiais para evitar sua propagação. 

O superfungo teve seu primeiro registro no mundo no Japão, em 2009. Desde então, aproximadamente 5 mil pessoas foram infectadas. No Brasil, onde o primeiro caso foi detectado em 2020, já foram registrados três surtos da doença: dois em Salvador, na Bahia, e um, e mais recente, no Recife, em Pernambuco. Todos aconteceram dentro de unidades hospitalares. O terceiro surto foi o mais severo, atingindo 48 pessoas entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.

Os casos voltaram a surgir este ano. No último 11 de maio, a confirmação de um diagnóstico positivo para a doença levou o hospital estadual Miguel Arraes, da cidade Paulista, na região metropolitana de Recife, suspender o recebimento de novos pacientes na unidade. Três dias depois, um paciente que estava internado em um hospital da capital pernambucana também foi contaminado. No caso, somente a ala onde ele estava foi isolada. O CDC informa que as principais medidas de prevenção e controle contra a C.Auris são a higienização das mãos (usar luvas não é suficiente) e a limpeza e desinfecção do local onde o paciente está internado, e dos equipamentos que serão utilizados novamente.



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