Francy Teixeira

Coluna do jornalista Francy Teixeira

Quase 25% da população do Piauí queima lixo; prática traz danos ambientais

O alto índice de queima de lixo coloca o Piauí como o estado líder nessa forma de destinação, superando em muito a média nacional de apenas 6,8%.

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O Piauí enfrenta um desafio significativo relacionado à destinação adequada de resíduos sólidos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletados em 2022, apenas 69,7% dos domicílios no estado são atendidos por serviços diretos de coleta de lixo, um valor bastante inferior à média nacional, que é de 86%. Como consequência dessa deficiência, a queima de lixo a céu aberto se tornou uma prática comum, resultando em danos ambientais. Quase um quarto da população piauiense, o que corresponde a 24,7% de todo o descarte de lixo no estado, utiliza essa forma inadequada de descarte.

O alto índice de queima de lixo coloca o Piauí como o estado líder nessa forma de destinação, superando em muito a média nacional de apenas 6,8%. Essa prática acarreta sérios danos ao meio ambiente. Durante o período de estiagem, caracterizado pela baixa umidade do ar e vegetação seca, o número de incêndios em terrenos baldios e áreas de matas aumenta consideravelmente. A situação deve se prolongar até setembro, o que levou as autoridades a alertarem sobre a importância de adotar ações capazes de evitar situações que coloquem em perigo a natureza e a vida humana.

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Queima de lixo provoca danos ambientais no Piauí (Foto: Prefeitura de Fazenda Rio Grande)É importante ressaltar que a queima de lixo doméstico, entulhos e móveis constitui um crime ambiental, de acordo com o artigo 54 da lei federal 9.605/1998. Sabrina Nakayama, Supervisora Ambiental do Grupo Natus, destaca a necessidade urgente de destinação adequada dos resíduos sólidos, especialmente durante esse período crítico. Ao adotar medidas de cuidado, é possível evitar danos ao meio ambiente e situações que podem resultar em perdas de animais e até mesmo de vidas humanas.

O clima semiárido do Piauí, aliado à incidência de incêndios registrada nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado, torna a problemática do descarte irregular de resíduos ainda mais relevante. O estado ficou em segundo lugar entre os estados nordestinos em relação ao número de focos de incêndio, possivelmente devido a essa prática cultural de queima de lixo pela população. Nakayama ressalta que além da poluição do ar, a queima irregular de resíduos pode causar incêndios florestais. Mesmo um simples objeto, como uma garrafa de vidro ou um caco de vidro, exposto à luz solar em meio à vegetação seca, pode desencadear um foco de incêndio, que pode crescer e resultar em morte de animais, plantas, prejuízos financeiros e até mesmo perdas humanas.



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