Robinho fala pela primeira vez sobre condenação por estupro e jura inocência

Robinho admitiu ter tido algum envolvimento com a mulher que o acusou de estupro, porém nega ter mantido relações sexuais com ela

Jogador se pronunciou e falou pela primeira vez sobre o assunto | Marcelo Ferraz/UOL
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Robinho recebeu uma sentença de nove anos de prisão por estupro pelas autoridades italianas devido a um incidente de agressão sexual contra uma mulher albanesa em 2013. Em uma entrevista à Record TV, o ex-jogador do Santos abordou o assunto antes do julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), reafirmando sua inocência.

"É evidente que eles estavam determinados a me condenar por algo que não cometi. Enquanto outros estavam dispostos a testemunhar e apresentar suas evidências, a justiça italiana nunca os convocou. Estou certo de que sou inocente, de que não cometi nenhum crime, não engravidei ninguém. Não se tratava de debochar das mulheres ou da vítima; era sobre me livrar de uma situação em que estava seguro de que estava sendo chantageado. Pessoas com quem eu mal tinha contato começaram a me chantagear, exigindo 60 mil euros. Eu disse não, não pagarei nada, não cometi nenhum crime, não engravidarei ninguém, então não pagarei. Não há razão para pagar. Seria mais fácil pagar se eu tivesse cometido um crime, mas não foi o caso", afirmou.

Jogador se defende: "Ela fez uma acusação falsa, insinuando que alguém a embriagou ou que ela estava inconsciente. Temos evidências de que ela não estava inconsciente. Alguém inconsciente não lembraria de tudo o que aconteceu. Ela estava consciente de suas ações. Como posso ser culpado por induzir alguém a beber se as evidências mostram o contrário? Jamais cometeria um crime dessa gravidade, ou qualquer outro", continuou.

O STJ decidirá na quarta-feira, 20 de março, se Robinho cumprirá pena no Brasil por este caso. Se condenado, sua defesa poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apoia que o ex-jogador cumpra a pena no país.

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Gravações da polícia: Robinho admitiu ter tido algum envolvimento com a mulher que o acusou de estupro, porém nega ter mantido relações sexuais com ela, o que contradiz gravações feitas pela polícia em seu carro. Ele alega que os áudios foram retirados do contexto e que, na época, estava sendo chantageado, reiterando sua inocência.

"Tivemos uma interação superficial e breve. Estávamos de pé, trocamos olhares, nos beijamos. Depois disso, eu fui para casa e ela ficou no local com outras pessoas, se divertindo conscientemente. Em nenhum momento ela resistiu ou disse 'pare', em nenhum momento ela gritou. Havia outras pessoas presentes, o ambiente era aberto. Qualquer um poderia entrar para pegar um casaco. Quando percebi que ela queria continuar com os outros rapazes, fui embora para casa. Nunca neguei (a interação com a mulher). Aliás, poderia ter negado, já que meu DNA não estava lá, mas não sou mentiroso, não vejo motivo para mentir", explicou.

"Os áudios foram feitos um ano depois do incidente. Isso aconteceu em 2013 e os áudios em 2014. Naquela situação, eu estava conversando com pessoas não confiáveis, que não eram meus amigos. Como muitos sabem, jogadores de futebol frequentemente são alvos de pessoas que tentam extorquir dinheiro deles. Começaram com a história de uma gravidez, alegando que a mulher em questão estava grávida, depois mudaram para exigir 60 mil euros. Minha risada (no áudio) foi de indignação", afirmou.

Robinho acredita que sua condenação foi motivada por racismo por parte dos responsáveis pelo julgamento. Ele recordou incidentes de racismo que testemunhou na Itália e expressou sua convicção de que, se o caso envolvesse um italiano ou uma pessoa branca, o desfecho seria diferente.

"Praticamente joguei nove anos na Europa, mas apenas quatro na Itália. Testemunhei inúmeros casos de racismo contra meus colegas. Basta pesquisar o que aconteceu, por exemplo, com o Balotelli, um jogador negro que jogava para a seleção italiana e sofria muito com o racismo. Infelizmente, isso persiste até hoje. O incidente ocorreu em 2013 e estamos em 2024, e o que a justiça italiana fez a respeito? Nada. Isso me leva a crer que aqueles que ignoram tais atos são os mesmos que me condenaram, que estavam presentes em meu julgamento. Um negro sem voz. Tenho certeza de que, se meu julgamento fosse de um italiano ou uma pessoa branca, seria completamente diferente. Não há dúvida, dadas as evidências contundentes que possuo, de que não deveria ter sido condenado", concluiu.



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