Dengue: ministério da Saúde busca acordo para produzir a vacina Qdenga no Brasil

O Ministério da Saúde alocou R$ 44 milhões para apoiar os gestores locais que declararam emergência de saúde pública devido à dengue.

Dengue: o que falta para aumentar a produção da vacina Qdenga no Brasil? | Agência Brasil
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Apesar da aprovação da vacina Qdenga no ano passado, destinada a ser uma peça fundamental contra a dengue, a quantidade de doses disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) é insuficiente, atingindo apenas 1,6% da população e limitada à faixa etária entre 10 e 14 anos, em meio à pior epidemia de dengue no Brasil.

Investimento. O Ministério da Saúde alocou R$ 44 milhões para apoiar os gestores locais que declararam emergência de saúde pública devido à dengue. Esses recursos fazem parte de um montante total de R$ 1,5 bilhão reservado pela pasta para essa finalidade específica. Até o momento, foram repassados R$ 6,7 milhões para os estados, R$ 5,5 milhões para o Distrito Federal e R$ 31,7 milhões para os municípios. Para 2025, há o compromisso de fornecimento de 9 milhões de doses.

Contradição. A escassez de imunizantes, apesar da disponibilidade da vacina, é atribuída pelo governo e pelo fabricante, o laboratório Takeda, à falta de capacidade de produção. Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca a urgência de ampliar a vacinação o quanto antes. Ele enfatiza a importância de imunizar os adolescentes, mas ressalta a necessidade de alcançar um maior número de pessoas para conter uma epidemia.

Então, como aumentar a produção da Qdenga? A Takeda fechou parceria com a indiana Biological E para aumentar a produção da vacina contra a dengue, direcionando doses para países endêmicos. Além disso, ao Metrópoles, ela informou que também busca parcerias para fabricar a vacina no Brasil.

Acordos. Um acordo entre a Takeda e a Fiocruz para produzir a vacina Qdenga no Brasil está em fase final de negociação, de acordo com o anúncio feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. Ela mencionou que em breve serão divulgados os detalhes do acordo, além de um levantamento da capacidade nacional para ampliar a produção do imunizante, incluindo laboratórios públicos e privados.

“Já estamos no caminho. A data não vou divulgar agora para isso ser feito com precisão. [...] Em breve, teremos anúncio e divulgação dos detalhes para que haja produção local. [...] Falando não só de laboratório público, como a Fiocruz, mas de laboratórios privados, que possam contribuir para a ampliação. [...] Continuamos no movimento já anunciado, mas com um acordo a ser em breve firmado e também divulgado com detalhes,” disse a ministra.

Outras alternativas. Durante a entrevista, Nísia informou que o Ministério da Saúde está monitorando o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan. O imunizante está na fase final de ensaios clínicos e, em junho, o último paciente voluntário a receber a dose experimental completará cinco anos de acompanhamento. A previsão é que o pedido de registro seja submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda este ano.

Os resultados revelaram uma eficácia geral de 79,6% com uma única dose. Para indivíduos com histórico de infecção prévia, a resposta imune foi de 89,2%, enquanto para os demais foi de 73,6%. A aplicação em dose única é considerada ideal para reduzir custos e simplificar a logística de vacinação.

“O Instituto Butantan também avança com sua vacina. Estamos acompanhando de perto. [...] Nossa expectativa é que essa vacina, que será em uma única dose, quando aprovada pela Anvisa e quando passar pela nossa comissão de incorporação de tecnologias, seja uma resposta importante para essa proteção”, concluiu a ministra da Saúde.



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