Banco Central mantém taxa de juros a 13,75%, mas não descarta nova elevação

Esta é a primeira decisão do Banco Central após a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo Lula

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Taxa de juros foi mantida pelo Banco Central a 13,75% | iStock
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, nesta quarta-feira (3). Esta é a primeira decisão após a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em comunicado publicado na noite desta quarta (3), o Banco Central  voltou a dizer que a conjuntura demanda "paciência e serenidade" e manteve a mensagem sobre a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

"Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", destacou o Banco Central.

A decisão do colegiado do BC veio em linha com a projeção consensual do mercado financeiro de que os juros ficariam estáveis pela sexta vez consecutiva –a terceira desde que Lula tomou posse. Segundo o Banco Central, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento, demanda maior atenção na condução da política monetária. 

O Banco Central também enfatizou que "não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal" e não descartou a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

"Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária. O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

Lula critica taxa Selic

Na segunda-feira (1º), no Dia do Trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o patamar da taxa Selic, ao afirmar que a taxa de juros "controla, na verdade, o desemprego". Em entrevista à Folha, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chamou o presidente do Banco Central, Campos Neto, de "empata gol" na economia.

Desde o encontro de março entre Lula e Campos Neto, as expectativas de inflação dos economistas continuaram se deteriorando e a atividade econômica mostrando força, sobretudo com o vigor do mercado de trabalho, apesar da política de juros.

Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas divulgada na última terça-feira (2), a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do próximo ano avançou para 4,18% –já distante do centro da meta (3%). Para 2025 e 2026, as estimativas dos economistas estão em 4%.



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