Com elevação da taxa Selic a 10,75%, veja o que fazer com o seu dinheiro

O momento está propício para investimentos. Até investimentos de baixo risco, como títulos atrelados à Selic do Tesouro Direto e CDBs com rendimento a partir de 100% do CDI estão mais atraentes

Momento para investimentos | Pixabay
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O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano, durante reunião relizada na quarta-feira (02). Voltando aos dois dígitos após quatro anos e meio, esta elevação na taxa básica de juros ocorre pela oitava vez consecutiva, com uma alta de 1,5 ponto percentual.

A expectativa média dos economistas na última segunda-feira (31) era que a Selic acelerasse para 11,75% em 2022, conforme o Boletim Focus do Banco Central, mas as previsões mudam a cada semana. Alguns especialistas acreditam em uma queda de juros ainda neste ano, caso a inflação desacelere.

“Estamos tão próximos dessa parada na alta de juros que o mercado antecipou o pico da alta. Agora é hora de se fixar nas maiores taxas possíveis”, aconselha Laís Costa, analista de renda fixa da Empiricus para a Valor Investe.

Momento é propício para investimentos | FOTO: Reprodução

Momento bom para investimentos

O aumento da Selic torna o crédito mais caro: há impacto na contratação de financiamentos, no uso do cartão de crédito e também encarece a produção industrial, já que as empresas precisam de capital para produzir. Neste sentido, a elevação da Selic combate a inflação na demanda, mas não na oferta.

Por outro lado, o momento se torna propício para investimentos. Até investimentos de baixo risco, como títulos atrelados à Selic do Tesouro Direto, fundos simples sem taxa de administração e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com rendimento a partir de 100% do CDI (o equivalente a partir de 100% da Selic) estão mais atraentes, conforme analistas.

Esses tipos de investimento são normalmente indicados para guardar o dinheiro da reserva de emergência, mas alguns especialistas indicam essas aplicações também para acumular patrimônio para realizar objetivos além da reserva de emergência, a exemplo da compra de um carro em um prazo de dois anos. Neste momento, o retorno oferecido por eles é alto e o risco é baixo, ou seja, o custo-benefício é bom.

Os títulos das instituições financeiras médias e pequenas são mais arriscados porque os emissores têm mais chance de passar por dificuldades financeiras. Até o limite de R$ 250 mil por CPF por banco, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) devolve o dinheiro do investidor se houver problemas com o banco.

Momento de alta da taxa Selic é favorável para investimentos | FOTO: Pixabay

Títulos prefixados e atrelados à inflação

Aqueles que mergulharem mais a fundo na renda fixa, correndo mais riscos do que os que ficarem na superfície, podem ganhar ainda mais com títulos prefixados e atrelados à inflação (cujo rendimento é uma taxa prefixada mais o IPCA). Os papéis podem ser do Tesouro Direto ou de bancos e empresas, como CDBs e debêntures, respectivamente, que oferecem rentabilidades mais altas.

Há títulos prefixados de bancos menores oferecendo retornos de 12% ao ano para deixar o dinheiro aplicado por um ano e acima de 13% ao ano para investir por dois anos. É o retorno do antigo e famoso 1% ao mês. Também há papéis atrelados à inflação de bancos menores oferecendo retornos acima de 6% ao ano mais IPCA pelo mesmo período.

O aumento da Selic já foi embutido nos juros desses papéis e é uma boa hora para aproveitá-los antes que eles caiam, conforme alguns analistas. “A alta da Selic já estava bastante sinalizada e estamos próximos ao fim desse ciclo de aumento”, afirma Fernando Ulrich, instrutor educacional da Liberta Investimentos. “É pouco provável que as taxas aumentem ainda mais”, diz.

Contudo, é necessário estar disposto a resgatar o dinheiro apenas na data de vencimento para receber o retorno combinado, no caso dos prefixados e atrelados à inflação, e abrir mão da possibilidade de sacar o investimento diariamente, no caso dos papéis de bancos menores e empresas.

Copom elevou taxa Selic para 10,75% | FOTO: ReproduçãoRiscos

Assim, antes de se impressionar com as rentabilidades oferecidas, os especialistas indicam checar se as alternativas estão alinhadas aos objetivos e prazos para realizá-los de cada um.

O risco de comprar títulos prefixados é a Selic aumentar mais do que a taxa contratada e o investidor ficar com a sensação de que perdeu dinheiro. É por isso que os analistas aconselham investir em prefixados de curto prazo agora. “Prefiro os prefixados de até um ano e indico os de até dois anos, no máximo. Ainda podemos ter alguma surpresa de alta de juros”, recomenda Laís Costa, analista de renda fixa da Empiricus.

Christiano Clemente, chefe da área de investimentos de um banco privado explica a influência da alta da Selic em títulos públicos e papéis privados isentos de Imposto de Renda.

“Inflação mais acima de 5% é bastante taxa. A alta da Selic já está conseguindo fazer o seu papel de trazer a inflação para mais perto da meta. Ao comprar esses papéis, o investidor consegue aproveitar a inflação e os juros antes de cederem e, em um cenário o ruim, caso o país não melhore, se defende aplicado em inflação”, afirma.

Os títulos atrelados à inflação funcionam como proteção: quem tiver esses papéis conseguirá proteger da alta dos preços pelo menos parte do seu patrimônio. As taxas preferidas de Clemente são as dos títulos com vencimento de médio prazo, em 2027 e 2028, podendo chegar até 2029.

Com informações do Valor Investe



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