Há quase 100 dias no fundo do mar, cientista diz que rejuvenesceu 10 anos

Na cápsula, Joseph Dituri testa tecnologias que a Nasa poderá usar em Marte, além de realizar testes e tratamentos para desacelerar o envelhecimento.

Joseph Dituri está há quase 100 dias no fundo do mar para investigar os efeitos do organismo em ambiente pressurizado | Reprodução/Instagram
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O oficial aposentado da Marinha dos Estados Unidos, Joseph Dituri, de 55 anos, está há quase 100 dias no fundo mar para uma experiência curiosa: sua missão é pesquisar como um ambiente pressurizado afeta o corpo humano. Na cápsula de 100 metros, ele testa tecnologias que a Nasa poderá usar em Marte, além de realizar testes e tratamentos para reverter perda muscular e desacelerar o envelhecimento.

Joseph Dituri contou, em entrevista ao DailyMail, que passou por exames para saber o quanto seu organismo mudou desde que iniciou o experimento. Um dos testes mediu os telômeros, compostos no final dos cromossomos que encurtam com a idade. De acordo com ele, agora, os telômeros são 20% mais longos - o que, segundo ele, equivale há mais de uma década de rejuvenescimento.

Dituri também revelou que tem até 10 vezes mais células-tronco do que quando se mudou para o casulo, em março deste ano, experimenta de 60% a 66% de sono REM profundo todas as noites, teve os marcadores inflamatórios reduzidos pela metade e o colesterol caiu 72 pontos.

A pressão no ambiente interefere as condições de saúde do ser humano, uma vez que ocorre um processo semelhante ao das câmaras hiperbáricas, que melhoram o fluxo sanguíneo, o metabolismo e a microestrutura cerebral - e, consequentemente, aprimoram as funções cognitivas e físicas, o sono e a marcha.

Até agora, são 94 dias dentro de uma cápsula de cerca de nove metros no fundo do Oceano Atlântico – e ele deverá ficar nela por mais seis dias. Completados 100 dias de missão, Dituri irá bater o recorde mundial tempo de vida em um ambiente subaquático - a permanência anterior foi de 73 dias. 

Em sua rotina subaquática, o pesquisador trabalha por uma hora de quatro a cinco dias por semana, e tem acesso a ciclos de exercícios. “Ainda estou mantendo a massa que tenho, o que é insano”, afirmou. “Meu metabolismo aumentou, então meu corpo ficou mais magro, e mesmo que minha massa muscular não tenha mudado [desde que eu estava na superfície], ainda estou mais magro do que antes.”

Testes para Marte

O oficial aposentado também está testando um dispositivo semelhante ao tricorder, da série de ficção científica Star Trek, que examina o corpo para monitorar a saúde de uma pessoa e determinar se ela precisa de assistência médica. Caso seja aceito pela NASA, o equipamento poderá ser usado para ajudar os astronautas que irão para Marte. Junto a isso, Dituri está investigando como evitar a perda de massa muscular no espaço, algo que atormenta os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

“Estamos indo para Marte, mas levará 200 dias para chegar lá. [Quando você chegar lá] você terá massa muscular diminuída, e você não será capaz de enxergar muito longe, e você não estará em boa forma, e você terá diminuição da densidade óssea, e vamos pousar com força em um mercado re-suportável enquanto ele cai. Acho que talvez seja uma má ideia, e precisamos descobrir algumas coisas primeiro”, ponderou.

Casulo subaquático tem até piscina

Apesar de pequeno, o bunker no qual o pesquisador está vivendo, conta com uma área de trabalho, cozinha, banheiro, dois quartos e uma pequena “piscina”, que funciona como saída e entrada. Também tem uma janela com vista para o oceano. O local é equipado com TV, cafeteira, frigobar e micro-ondas. Dituri dorme em uma cama de solteiro com um pequeno beliche em cima, que é a mesma configuração em uma sala adjacente para os cientistas que o visitam.

Com informações do Época Negócios



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