Vítima de violência é socorrida após filho levar bilhete para a escola

Aflito e com medo, criança entregou bilhete em que mãe pede ajuda à diretora

Carta onde consta depoimento da mão de 23 anos, pedindo ajuda à escola onde filho estuda. | Reprodução - Foto: Divulgação
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Na última terça-feira (27), a diretora de uma escola municipal localizada em Pouso Alto, distrito de Paraíso das Águas (MS), recebeu um pedido de socorro feito pela mãe de um aluno. Por meio de um bilhete, entregue pelo aluno, a mãe afirmava que ela e filho sofriam com cárcere privado e violência doméstica. A denúncia levou a polícia a prender o companheiro dela, acusado de cometer as agressões contra a mãe e a criança.

A carta foi entregue pelo filho mais velho da mulher de 23 anos, o garoto de apenas dez anos recorreu à ajuda da diretora da escola. Após adentrar em sua sala, a diretora afirmou em seu depoimento às autoridades, que o menino havia dito a ela que só poderia entregar o bilhete em suas mãos e que estava seguindo ordens da mãe.

A diretora conta que o garoto estava apreensivo e com medo. Ao ler a carta, ela relata que a mulher contava que sofria com um histórico de violência, onde era sempre agredida, que não possuía ninguém conhecido próximo à ela e pedia desesperadamente por ajuda. "Ele ameaça me dar um tiro, por isso, preciso que me ajudem o mais rápido possível", afirma a mãe, em trecho da carta.

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Assustada com o conteúdo da carta, a diretora acionou a Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, e a equipe do Conselho Tutelar de Paraíso das Águas, que se dirigiram até a escola, acompanhados pela Polícia Civil. O menino relatou às autoridades que o homem acusado é seu padrasto, um peão de fazenda de 25 anos, confirmou as agressões contra a mãe e relatou que ele também era alvo dos maus tratos. O garoto estava com um hematoma no lado esquerdo do rosto e possuía uma mancha arroxeada próxima do olho direito, que teria sido causada pelo padrasto após o mesmo ter tentado defender a mãe das agressões.

Os conselheiros juntamente com os policiais civis foram imediatamente até a fazenda onde o garoto morava com a mãe e os irmãos, para averiguarem a denúncia. De acordo com o delegado do caso, Johanes Deguti, a mulher tinha autorização para circular pela fazenda e para cuidar da casa, mas era estritamente proibida de ter contato com alguém de fora do ambiente, sendo permitido apenas o convívio familiar. "Ela não tinha acesso ao celular e, quando falava que queria ir embora, o autor a ameaçava de morte", relata o delegado.

A mulher e o peão estavam juntos desde o ano de 2017 e juntos tiveram dois filhos, um menino de 3 anos e uma menina de 1 ano. Na casa da vítima as autoridades encontraram algumas espingardas e muitas munições, por isso, o peão também foi preso por posse irregular de arma de fogo, além de cárcere privado e violência doméstica. A mãe e os três filhos receberam assistência do Conselho Tutelar da cidade.

Ainda no mesmo dia, algumas horas depois, o peão passou por uma audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em uma prisão preventiva. Enquanto o caso corre na Justiça, o padrasto permanece em uma cela de delegacia, mas poderá ser transferido para um presídio em Três Lagoas ou Bataguassu. Ontem, quinta-feira (29), o advogado dele, Alekssander Cardoso, entrou com um pedido de habeas corpus na Justiça, mas que foi imediatamente negado em caráter liminar.



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