Após ser provocado, presidente da CPI faz ameaça a deputados bolsonaristas

A medida poderia ser desfavorável para os membros inclinados à ideologia direitista, uma vez que a maioria do comitê faz parte da base governista

Presidente da CPMI, deputado Arthur Maia | TV Senado/Reprodução/Youtube
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Nesta quinta-feira (24), o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do 8 de janeiro, ameaçou dar prioridade a todos os requerimentos apresentados pela oposição na próxima reunião deliberativa do comitê. Essa medida poderia ser desfavorável para os membros inclinados à ideologia direitista, uma vez que a maioria do comitê faz parte da base do governo.

A declaração de Maia ocorreu em resposta a ter sido chamado de "pizzaiolo" da CPMI por Maurício Marcon (Podemos-RS). Marcon expressou sua frustração com a influência do governo nos resultados das votações dos requerimentos do comitê e criticou o fato de o comitê estar se desviando de seu foco nas testemunhas.

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"Enquanto isso, caros colegas, a gente tem G. Dias soltinho ‘da Silva’, Flávio Dino que não entrega imagens [das câmeras de segurança do Ministério da Justiça]. E presidente, vou lhe alertar: o senhor vai ser o pizzaiolo desta pizza que está sendo gestada na CPMI. Seu nome vai entrar para a história como alguém que foi o pizzaiolo de uma pizza aqui na CPMI", afirmou Marcon.

O deputado também acusou Maia de "desempenhar um papel triste para a sua reputação". "Você está transformando esta CPMI em um circo", disse ele, provocando irritação no presidente do comitê.

Em resposta, Maia afirmou que a acusação de Marcon era "injusta" e que, como presidente do comitê, ele tem se esforçado para acomodar ambos os lados. "Eu, na condição de presidente, para impor a esta CPI uma equidade, falei que como presidente ficava constrangido ao ver que apenas os requerimentos do governo foram aprovados. Por conta desta pressão política, conseguimos aprovar vários requerimentos da oposição. O senhor não está sendo justo comigo", enfatizou.

Com crescente irritação, o presidente do comitê ameaçou dar prioridade a todos os requerimentos da oposição para votação. Dada a representação majoritária do governo no comitê, essa ação seria desvantajosa para os legisladores alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Maia reiterou essa noção durante uma entrevista à imprensa após a sessão.

"Aprovar os requerimentos da minoria é o grande desafio. Eu não tenho poder de aprovar, quem aprova é o plenário. Os requerimentos só são aprovados mediante acordo, e acho que ainda é a melhor trilha para o sucesso da CPMI", afirmou.

"Se eu conseguir construir acordo, vamos selecionar os requerimentos e colocar em votação. Se não tiver acordo, não me resta alternativa a não ser colocar todos os requerimentos em votação. E o resultado disso a gente já sabe", concluiu ele.

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