Bolsonaro volta a atacar STF às vésperas de ser condenado à inelegibilidade

Em palanque a bolsonaristas, Bolsonaro e Costa Neto dispararam acusações sem provas contra ministros e PF

As falas foram dadas ao reduto eleitoral do ex-presidente | Reprodução/Internet
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Depois de 100 dias hospedado em Miami, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao Brasil em silêncio. Aconselhado por amigos e advogados, adotou desde o retorno uma postura discreta, sem se pronunciar via lives nas redes sociais. O ex-presidente atendeu à convocação da Polícia Federal (PF) para prestar depoimento sobre as joias árabes recebidas de presente, fraude nas carteiras de imunização e a tentativa de golpe no 8 de janeiro. Convocação essa que ele obedeceu sem resistência para não desagradar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo, Alexandre de Moraes.

Porém, nesta quinta-feira (22), em visita a Porto Alegre (RS), uma das cidades sulistas em que Bolsonaro possui um significativo reduto eleitoral, ele voltou a disparar acusações, sem provas, contra a Corte Eleitoral.

Leia Mais

“Hoje [quinta-feira (22)], começa o meu julgamento político. Ou melhor, não é político, é politiqueiro. Da mais baixa intenção por parte de alguns. Não estou atacando o TSE. Mas a fundamentação é inacreditável: ‘Reuniu-se com embaixadores’. O outro cara, no ano passado, se reuniu com a nata do PCC no Complexo do Alemão, no Rio, e vai se reunir com a nata do Foro de São Paulo”, alegou.

O ex-chefe do Executivo também voltou a atacar a credibilidade do Supremo, Poder esse que julgará se as leis aprovadas pelo Congresso Nacional não violam os acordos firmados pela Constituição.

“Não pode 594 pessoas [a totalidade de senadores e deputados federais] decidirem de um jeito e outras 11 [os ministros do STF] decidirem diferente", afirmou.

Um dia antes, na quarta-feira (21), o ex-presidente já havia conspirado contra o STF e o Ministério Público Federal (MPF), dizendo ter sido alvo de uma nova investida da justiça.

“Foram na minha casa querer saber como está a minha filha, de 12 anos de idade. Os caras, inclusive, não têm limite. […] Não tem nenhuma denúncia, nada contra ela. Foram lá para saber como é que está o cartão de vacina dela”, declarou.

"Os caras”, que ele faz referência, são os agentes do MPF. O cartão de imunização de sua filha Laura foi falsificado. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-funcionário da presidência, fraudou o certificado de vacinação para Bolsonaro e para sua própria esposa. Além disso, a PF encontrou no celular do militar uma minuta contendo uma cartilha de como se daria o golpe contra o Estado Democrático de Direito. Cid está agora detido.

O presidente do Partido Liberal, legenda que hospeda o ex-presidente, Valdemar Costa Neto, pediu para que parlamentares da sigla saíssem em defesa de Bolsonaro.

“É um momento em que precisamos nos unir, o PL é um partido de direita. Faremos reuniões com nossos deputados por todo o país. Isto começará na segunda, em São Paulo, onde Bolsonaro estará para uma visita à Assembleia Legislativa do estado”, afirmou.

Costa Neto estava presente no palanque, em que o ex-presidente disparava acusações sem apontar provas materiais, e se dirigiu ao público bolsonarista ali presente: “Não vamos admitir injustiças com o nosso capitão. Não acredito que um presidente da República fique inelegível pelo que falou. Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Bolsonaro vai seguir firme e será o nosso candidato nas próximas eleições”, concluiu.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES