Caso Abin gera 5 baixas, e Lula decide fazer 'faxina' em cargos por desconfiança

A decisão do Planalto resultou na exoneração do diretor Alessandro Moretti, o número 2 da agência, e de quatro chefes de departamento

Abin paralela | Montagem/MeioNorte
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu realizar mudanças no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) após a Polícia Federal (PF) apontar suspeitas de conluio entre investigados por participação em um esquema de monitoramento ilegal e a atual gestão do órgão. A decisão resultou na exoneração do diretor Alessandro Moretti, o número 2 da agência, e de quatro chefes de departamento.

Os desligamentos foram publicados no Diário Oficial na noite de terça-feira (30/1). Moretti será substituído por Marco Cepik, atual diretor da Escola de Inteligência da Abin e homem de confiança do diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa. Cepik é reconhecido como um dos principais pesquisadores de inteligência no país e autor de livros sobre o tema.

A medida expõe a desconfiança do presidente Lula em relação às estruturas de inteligência do governo desde que retornou ao Palácio do Planalto, em janeiro do ano passado. O presidente tem demonstrado preocupação com a integridade das instituições de inteligência, especialmente após episódios envolvendo membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.

A decisão de Lula também reflete o desconforto causado pela postura do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, que, segundo relatos, minimizou o impacto dos desdobramentos da crise. Corrêa afirmou a interlocutores que "a montanha iria parir um rato", causando incômodo no Planalto.

Juntamente com as exonerações, Lula nomeou sete novos diretores para ocupar as cadeiras vagas, incluindo a Escola de Inteligência. Os nomes não foram divulgados, seguindo a praxe do órgão. Esta foi a segunda queda na cúpula da Abin durante as investigações, sendo a anterior em outubro do ano passado, com a exoneração de Paulo Maurício Fortunato, então número três da agência.

Abin em reforma

Lula, em entrevista, admitiu publicamente pela primeira vez a intenção de promover mudanças na Abin. Ele destacou que, se comprovado que Moretti favoreceu investigados pela PF e manteve relações com o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin no governo anterior, não haveria "clima" para ele permanecer no órgão.

A PF deflagrou uma operação para investigar o suposto aparelhamento político da agência de inteligência e o monitoramento de adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) através da ferramenta de geolocalização First Mile.

A Abin nega qualquer interferência e afirma ser a maior interessada na apuração dos fatos, comprometendo-se a colaborar com as investigações. As mudanças na direção da Abin refletem o esforço do presidente Lula em preservar a integridade e a confiança nas instituições de inteligência do país.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

Leia Mais


Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES