Com cassação à vista, PL já trabalha com Zambelli fora do jogo político

A situação da deputada bolsonarista é delicada, uma vez que enfrenta um inquérito em andamento na Comissão de Ética

À beira do abismo | Assessoria Carla Zambelli
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Nos bastidores do cenário político, o Partido Liberal (PL), alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, já começa a traçar planos para lidar com a possível cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Nesse contexto, não se espera uma atuação intensa em defesa da parlamentar que se encontra no centro de uma ação conduzida pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (02), culminando na execução de mandados de busca e apreensão.

A situação da bolsonarista já é delicada, uma vez que enfrenta um inquérito em andamento na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Tal inquérito foi instaurado a pedido do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que a acusa de quebra de decoro parlamentar devido a um incidente ocorrido durante uma audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), quando proferiu xingamentos e constrangeu o deputado Duarte Jr. (PSB-MA).

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No contexto atual, a operação deflagrada hoje pela PF tende a agravar ainda mais a posição de Zambelli. Conforme indicado por lideranças de alto escalão do PL, o apoio de seus colegas parlamentares tem diminuído gradualmente desde o ano passado, quando a deputada se envolveu em uma polêmica situação: durante a reta final das eleições presidenciais, foi flagrada perseguindo um jornalista com uma arma em punho.

O próprio Bolsonaro afirmou que o episódio prejudicou sua imagem e custou votos. Os documentos e elementos decorrentes da operação investigativa desta quarta podem aprofundar o inquérito já em curso contra a bolsonarista na Câmara dos Deputados.

Participação do hacker

A operação conduzida pela PF também resultou na prisão de Walter Delgatti, conhecido como o hacker por trás do vazamento de mensagens da "Vaza Jato". Delgatti vinha negociando um acordo de delação premiada e é apontado como responsável por inserir um falso mandado de prisão contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, no sistema informatizado do Conselho Nacional de Justiça. Ele admitiu ter agido a pedido de Zambelli.

O temor entre apoiadores de Bolsonaro é evidente diante da possibilidade de uma delação de Delgatti. No ano anterior, a deputada teria conduzido Delgatti, que invadiu os telefones de autoridades ligadas à Operação Lava Jato, a um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro e com Valdemar da Costa Neto, líder do PL. Nessa ocasião, Delgatti teria afirmado ser capaz de acessar o sistema do TSE e manipular os resultados eleitorais.

No cenário de uma eventual delação premiada, Delgatti poderá revelar os detalhes da conversa com Bolsonaro, a quantia supostamente recebida de Zambelli e as atividades ilícitas em que teria se envolvido a pedido da parlamentar. O futuro político da deputada permanece sob um véu de incerteza à medida que os desdobramentos judiciais prosseguem.

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