CPI do golpe ouve ex-subsecretária de Inteligência e PM; veja quem já depôs

O pedido para ouvir esses depoimentos foi feito por diversos parlamentares, incluindo deputados e senadores de diferentes partidos.

Funcionários recolhem vidros quebrados na Câmara no dia seguinte à invasão | Bruno Spada/Agência Câmara
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro prossegue com suas audiências, agora ouvindo a ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Marília Ferreira Alencar, que ocupava o cargo durante os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. Também está previsto o depoimento da cabo da Polícia Militar do DF, Marcela da Silva Morais Pinno, que atuou no Batalhão de Choque durante a invasão.

As sessões de depoimento estão agendadas para as 9 horas, no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Leia Mais

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, espera que o testemunho da ex-subsecretária, dada a sua posição, possa fornecer informações significativas à comissão.

O pedido para ouvir esses depoimentos foi feito por diversos parlamentares, incluindo deputados e senadores de diferentes partidos.

Intervenção 

No mesmo dia da invasão, o presidente Lula decretou intervenção na segurança pública do Distrito Federal, medida que foi aprovada pela Câmara dos Deputados no dia seguinte. A intervenção resultou na exoneração de nove agentes de segurança, incluindo Marília Ferreira de Alencar, que ocupava um cargo na secretaria.

De acordo com Carlos Sampaio e Izalci Lucas, a Polícia Militar do Distrito Federal não tinha um plano operacional adequado para lidar com os eventos de 8 de janeiro, apesar dos alertas da Inteligência da Polícia Federal.

 Eduardo Girão destacou que Marília, como responsável pela área de Inteligência da Segurança Pública do DF, tinha acesso a informações dos relatórios de inteligência do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), o que deveria tê-la habilitado a orientar o setor operacional da secretaria na elaboração de planos de ação mais eficazes.

Ato de Bravura 

A cabo Marcela Pinno, que atuou na linha de frente durante a invasão, e outro colega foram arremessados da cúpula do Congresso Nacional por manifestantes, sofrendo agressões. Em maio, ambos foram promovidos pelo governo do Distrito Federal em reconhecimento a atos de bravura.

O depoimento de Marcela é considerado crucial para esclarecer os detalhes da dinâmica dos eventos do dia 8 de janeiro, a abordagem dos invasores, possíveis instigadores e a organização por trás dos tumultos.

Próxima Audiência 

A CPMI tem outra audiência marcada para quinta-feira (14), quando pretende ouvir o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto e um dos investigados pelo Ministério Público Militar no inquérito que analisa possíveis negligências ou omissões nas invasões de janeiro.

Deputados Delegado Ramagem e Pr. Marco Feliciano explicam que o Comando Militar do Planalto é responsável pela segurança presidencial e pela Guarda Militar da sede da Presidência da República.

Deputados Duarte Jr. e Duda Salabert querem que o general Dutra explique as ações ou falta delas que permitiram a permanência de manifestantes em área militar, defendendo atos inconstitucionais e incitando a ruptura do Estado Democrático de Direito.

Testemunhas Anteriores 

A CPMI já ouviu diversas testemunhas em suas audiências anteriores. Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, relatou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) havia alertado sobre o risco de ataques, mas o núcleo de inteligência da PM não teve acesso a esses alertas.

Outros depoimentos incluíram o empresário George Washington Sousa, o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, e peritos da Polícia Civil do DF, Renato Carrijo e Valdir Pires Filho.

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, negou que a instituição tenha atuado politicamente para favorecer o então candidato Jair Bolsonaro. O coronel Jean Lawand Júnior explicou mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, mas negou que tivessem teor golpista.

O hacker Walter Delgatti Neto alegou que Bolsonaro lhe prometeu indulto em troca de assumir um suposto grampo do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e invadir urnas eletrônicas. No entanto, ele permaneceu em silêncio quando questionado por parlamentares da oposição.

O sargento Luis Marcos dos Reis negou participação em atos golpistas e se recusou a discutir acusações de alteração de dados em cartões de vacinação. O ex-comandante da PMDF, Fábio Augusto Vieira, não prestou depoimento, alegando habeas corpus.

Na audiência mais recente, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, afirmou que a PM do Distrito Federal não seguiu o planejamento de segurança contra as manifestações e descreveu o episódio como um levante antidemocrático. A oposição pediu a prisão preventiva do general.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES