O depoimento do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), à Polícia Federal, nesta sexta-feira (21) durou quase cinco horas. A oitiva foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após a veiculação de vídeo que mostra Gonçalves Dias no Palácio do Planalto interagindo com os invasores no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Ele entrou, por volta das 9h, para depor e saiu pelo subsolo da sede da Polícia Federal, em Brasília, sem dar declarações à imprensa.
A permanência de Dias no Gabinete de Segurança Institucional ficou insustentável e culminou em sua demissão, na última quarta-feira (19), depois que ele foi flagrado com manifestantes durante a invasão. Câmeras de segurança mostraram o ministro conversando e apontando a saída para os invasores.
O ex-ministro deve explicar por que não reagiu aos ataques, além de identificar os agentes do GSI que aparecem nas filmagens interagindo com os extremistas, cumprimentando-os e servindo-lhes água.
O outro lado
Em entrevista à Globonews, Gonçalves Dias afirmou que se dirigiu ao Planalto quando viu que os golpistas romperam o cordão montado pela Polícia Militar do Distrito Federal na altura do Congresso. Ele informou que atuou para "retirar as pessoas do terceiro e quarto andar do Palácio".
"Colaram minha imagem ao major distribuindo água para os manifestantes, fizeram cortes da minha imagem. Tenho 44 anos de profissão no Exército Brasileiro, sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que dou a mim até hoje é a honra", declarou.
Para o ministro do STF, os vídeos indicam "atuação incompetente" e "ilícita e conivente omissão" de membros do GSI.
Com informações de O Globo
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