Lula pede urgência em cooperação na abertura da Cúpula da Amazônia

Na manhã desta terça-feira (08), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou, em discurso durante a abertura da Cúpula da Amazônia, a importância de retomar e ampliar a cooperação entre os países que abrigam a floresta amazônica em seus territórios. O evento, realizado em Belém (PA) e que reúne representantes dos oito países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), visa fortalecer o mecanismo internacional, pouco conhecido, mas sediado no Brasil, que promove o desenvolvimento sustentável na região.

Lula destacou a satisfação de reunir os presidentes dos países da América do Sul para discutir a Amazônia, considerada patrimônio comum das nações. Ressaltando que a última vez que os chefes de Estado se encontraram no contexto do tratado de cooperação da Amazônia foi há 14 anos, o presidente enfatizou a urgência de retomar e ampliar essa cooperação, especialmente diante do agravamento das mudanças climáticas.

Os temas centrais discutidos na cúpula envolvem a promoção de um novo desenvolvimento sustentável, equilibrando a proteção ambiental com a criação de empregos dignos, o fortalecimento da OTCA e a consolidação do papel dos países com florestas tropicais na agenda global.

Embora alguns presidentes tenham cancelado suas participações na cúpula, o evento contou com a presença de cinco chefes de Estado e representantes de outros países com grandes reservas de florestas tropicais, como a República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia.

Compromisso assinado

Lula também convidou representantes da Noruega e Alemanha, países que contribuem com o Fundo Amazônia, para participarem do encontro. Ao final da cúpula, os líderes dos países membros devem assinar a Declaração de Belém, contendo compromissos a serem assumidos pelos envolvidos.

O presidente reafirmou seu compromisso de que o Brasil atingirá o desmatamento zero até 2030 e destacou a importância de envolver governos locais nessa meta. Lula ressaltou a necessidade de diálogo e cooperação entre prefeitos e governadores para encontrar soluções conjuntas.

"Acho que minha obrigação é falar para todo mundo que o Brasil fará sua parte. Até 2030, teremos desmatamento zero nesse país. E não vamos fazer na marra. Temos que chamar todos os prefeitos e governadores e ter uma discussão, compartilhar com eles uma solução", afirmou.

O evento também contou com a participação de representantes da sociedade civil, que trouxeram propostas resultantes dos Diálogos Amazônicos, um evento anterior à cúpula, que contou com a participação de 27 mil pessoas.

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