A Polícia Federal (PF) está preparando uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para congelar os R$ 17,2 milhões em doações via Pix que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu de seus apoiadores. Informações de fontes ligadas à PF indicam que os investigadores estão levantando suspeitas de que Bolsonaro possa estar usando depósitos fracionados para ocultar um possível esquema de lavagem de dinheiro. As informações foram reportadas pela revista IstoÉ.
De acordo com a matéria, a origem desses fundos poderia estar relacionada até mesmo à venda de joias sauditas e presentes que o ex-presidente teria recebido e posteriormente negociado nos Estados Unidos. A quantia depositada na conta de Bolsonaro seria, alegadamente, destinada ao pagamento de multas que ele teria recebido durante a pandemia por não cumprir as medidas de uso de máscaras.
O pedido para bloquear os fundos deverá ser submetido nas próximas semanas ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por analisar a questão. Caso acatado, o bloqueio das contas de Bolsonaro será efetuado. Fontes dentro da PF indicam que o gabinete do ministro já está a par da solicitação de bloqueio e aguarda o encaminhamento formal.
Os delegados da PF justificam que a medida de bloqueio, somada à quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), contribuirá para rastrear a origem dos depósitos fragmentados. "Com o bloqueio e quebras, vamos poder cruzar os dados e chegar aos doadores. É que o sistema Pix é feito pelos bancos, identifica o CPF dos supostos colaboradores. Diante disso, vamos aos doadores saber de onde obtiveram o dinheiro doado. Essas pessoas vão ter que demonstrar como receberam os valores doados. Com isso, podemos comprovar que as doações não passam de lavagem de dinheiro", declarou uma fonte interna da PF.
Um dos delegados envolvidos na investigação levanta questionamentos sobre os padrões de doações ao ex-presidente: "Durante a campanha, Bolsonaro praticamente não recebeu doações. Por que, então, seus seguidores doariam agora?", questiona o delegado.
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