BC anuncia terceiro corte na taxa Selic e alerta sobre reformas governistas

A entidade monetária afirmou a manutenção do ritmo na queda dos juros em 0,5 ponto percentual

Roberto Campos Neto e Fernando Haddad | Edilson Rodrigues/Agência Senado
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Banco Central (BC) divulgou a Ata do Copom nesta terça-feira (26), reafirmando a expectativa de que os juros continuarão a diminuir em meio ponto percentual nos próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom). Essa sinalização já havia sido dada no comunicado da semana passada, quando a taxa de juros caiu de 13,25% para 12,75%.

A novidade na Ata foi a ênfase nas preocupações do BC em relação ao governo federal e os potenciais riscos de "desaceleração no esforço de reformas estruturais". A entidade monetária alertou que essa desaceleração poderia aumentar a taxa neutra da economia, estabelecendo um patamar mais alto para a taxa de juros necessária para controlar a inflação.

Leia Mais

O documento destacou a preocupação com o cenário fiscal, enfatizando a importância da execução das metas fiscais para ancorar as expectativas de inflação. O governo tem como meta zerar o déficit nas contas públicas até 2024, uma meta que enfrenta ceticismo no mercado financeiro e pressão política interna.

A Ata também reiterou a intenção do BC de continuar reduzindo os juros a um ritmo constante de 0,50 ponto percentual, afirmando que uma aceleração desse processo seria "pouco provável".

Inflação

No que diz respeito à economia brasileira, a Ata mencionou o amplo debate sobre o cenário doméstico, incluindo a elevação da renda das famílias e seu potencial impacto na inflação. O BC está preocupado com um possível aumento da inflação de serviços devido ao crescimento sustentado da renda e do consumo.

O mercado de trabalho também foi discutido na Ata, com divergências entre os diretores sobre a moderação ou o aquecimento do mercado de trabalho e seu possível impacto na inflação.

As expectativas do mercado continuam sendo uma preocupação para a entidade, que mencionou a incerteza fiscal, a desinflação global e a percepção de analistas sobre sua atuação no combate à inflação.

Quanto ao cenário externo, o BC destacou fatores como fenômenos climáticos, a guerra na Ucrânia e as políticas de preços de petróleo como riscos que podem gerar pressões inflacionárias de oferta.

A instituição busca implementar uma estratégia de "pouso suave", controlando a inflação sem provocar uma recessão severa. As projeções indicam uma queda na Selic para 11,75% até o final deste ano, chegando a 9% em dezembro de 2024, com mais redução para 8,5% em 2025. A estratégia parece estar funcionando, visto que as projeções para o PIB já subiram para 2,92% neste ano.

Para mais informações, acesse Meionorte.com



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES