Polícia investiga se sargento que matou soldado tinha algum desvio de comportamento

A perícia foi realizada no local no domingo, e a arma foi apreendida, sendo encaminhada para análise na PCDF

Sargento Paulo Pereira à esquerda, e Yago Monteiro a direita | Reprodução
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A Polícia Civil do Distrito Federal investiga se o sargento Paulo Pereira de Souza que atirou e matou o soldado Yago Monteiro dentro de uma viatura neste domingo (14) já tinha algum desvio de conduta ou comportamento devido a algum problema de saúde mental. O delegado responsável pelo caso, Fernando Fernandes, afirma que adotaram essa linha de investigação para descobrir as circunstâncias e a motivação do crime. 

“A delegacia vai continuar investigando. A nossa intenção é esclarecer as circunstâncias e a motivação desse episódio tão trágico, tão triste neste domingo aqui no Recanto das Emas. [...] A PMDF será solicitada a informar se ele sofreu algum tipo de desvio de conduta ou comportamental em virtude de alguma doença”, disse o delegado.

O delegado ressalta que a investigação será conduzida com a premissa de homicídio seguido de suicídio. Serão entrevistadas testemunhas do crime, incluindo comerciantes e familiares, enquanto imagens das câmeras de segurança serão coletadas para auxiliar na apuração dos fatos. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), onde os dois policiais eram lotados, será questionada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sobre eventuais desentendimentos entre os colegas e a condição da saúde mental do sargento responsável pelos disparos.

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A perícia foi realizada no local no domingo, e a arma foi apreendida, sendo encaminhada para análise na PCDF. O terceiro policial, o sargento Diogo Carneiro dos Santos, de 49 anos, único sobrevivente e presente na viatura, foi interrogado pela polícia. Segundo o depoimento do sargento, ele inicialmente acreditou que os disparos haviam sido efetuados por pessoas externas à viatura, percebendo a verdadeira situação somente quando viu a arma nas mãos do sargento Paulo Pereira de Souza, de 46 anos.

Entenda o caso

Na manhã deste do domingo (14), no Recanto das Emas, Distrito Federal, o sargento da Polícia Militar Paulo Pereira de Souza efetuou um disparo na cabeça do soldado Yago Monteiro dentro de uma viatura. Posteriormente, o sargento se automutilou, resultando em sua morte no local. O soldado Yago Monteiro, de 31 anos, noivo e com três anos de serviço na PMDF, foi conduzido ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde não resistiu.

Dentro da viatura, ao lado do soldado Yago Monteiro, encontrava-se o sargento Diogo Carneiro dos Santos. Atingido por estilhaços do para-brisa, danificado pelo disparo, o sargento foi atendido na UPA do Recanto das Emas e liberado.

De acordo com o delegado Fernando Fernandes, encarregado do caso, os três policiais estavam em conjunto, respondendo a uma ocorrência de maus-tratos no Recanto das Emas, por volta das 9h, ainda não confirmada. Posteriormente, por volta das 11h, os sargentos Paulo Pereira e Diogo Carneiro dos Santos saíram para tomar sorvete em uma sorveteria. Ao retornarem à viatura, o sargento Paulo Pereira, posicionado no banco de trás, efetuou os disparos contra o soldado Yago Monteiro, que estava no banco do motorista. Não houve relatos de discussões entre os policiais. Após atingir o colega, o sargento disparou contra si, resultando em sua morte no local.

O que diz a polícia

"A Polícia Militar do Distrito Federal informa a respeito do grave incidente na manhã deste domingo (14), no Recanto das Emas, envolvendo dois de seus membros. A ocorrência, classificada como homicídio, seguido de suicídio, está sob investigação conjunta da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da Corregedoria da PMDF.

O policial alvejado foi socorrido pelos bombeiros, mas, com pesar, informamos, que ele foi ao óbito após atendimento no Hospital Regional de Taguatinga.

Diante do ocorrido, ressaltamos que a saúde do policial militar é prioridade da Comandante-Geral da PMDF, Coronel Ana Paula. Inclusive, com reunião pré-estabelecida, desde o dia 09/01/2024, quando da sua a assunção. O assunto será tratado de forma transversal abrangendo todos os departamentos para alcançar o objetivo da segurança em relação a saúde policial militar, bem como perpetuar e otimizar a segurança da sociedade de todo o Distrito Federal.

Dessa forma, ressaltamos nosso compromisso contínuo com o bem-estar e a saúde mental dos integrantes de nossa instituição, empenhados em criar um ambiente de trabalho onde o cuidado com a saúde mental é uma prioridade. Acreditamos que apoiar a saúde mental de nossos policiais é fundamental para manter uma força de trabalho resiliente, eficaz e compassiva.

Enquanto prosseguem as investigações sobre o incidente, pedimos respeito e sensibilidade à privacidade e dignidade de todos os envolvidos. A PMDF está trabalhando em estreita colaboração com a PCDF e a Corregedoria para garantir uma investigação completa e justa.

Agradecemos a compreensão da comunidade e reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar de todos no Distrito Federal."



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