Antes de depor à PF, Mauro Cid confessou que Bolsonaro o 'arrastava para lama'

O advogado do militar afirmou a carreira de Cid foi marcada pelo respeito à “obediência hierárquica” e, por isso, ele cumpriu as ordens do ex-presidente

Tenente-coronel Mauro Cid - ex-funcionário de Bolsonaro | Marcos Oliveira/Agência Senado
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Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal (PF) em relação ao caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita ao Estado brasileiro, o ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, expressou sua angústia em mensagens de WhatsApp ao ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten. A imprensa teve acesso a essas mensagens, em que Cid concordou com a ideia de que estava sendo "arrastado para a lama" devido a seu relacionamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o portal Uol, em 4 de abril, Wajngarten enviou a Cid um artigo do jornal "Metrópoles" intitulado "Bolsonaro arrasta com ele para a lama seus mais fiéis servidores", onde o tenente-coronel era mencionado como um dos ex-auxiliares afetados. Cid concordou com a afirmação de que isso era verdade.

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Procurado pelo site, Wajngarten optou por não comentar o diálogo, enquanto a defesa de Mauro Cid declarou que ele não tinha nada a declarar sobre o assunto.

Ao longo das últimas semanas, a defesa de Cid apresentou diferentes versões sobre seu envolvimento nas negociações relativas às joias recebidas durante viagens oficiais. Em um primeiro momento, afirmaram que ele entregou pessoalmente o dinheiro da venda de um relógio Rolex a Bolsonaro. No entanto, posteriormente, o advogado Cezar Bitencourt assegurou que Cid "assumiu tudo" e não acusou o ex-presidente de envolvimento no esquema.

Durante seu depoimento na PF, que ocorreu em três ocasiões diferentes na última semana e totalizou mais de 24 horas, o militar manteve a confidencialidade. Ainda não se sabe o conteúdo das oitivas.

Bitencourt, que assumiu a defesa de Cid, mencionou que ele estava disposto a prestar novos depoimentos, assumindo a responsabilidade pelas negociações envolvendo o Rolex, mas não esclareceu o destino das outras joias investigadas pela PF. Ele também sugeriu que o dinheiro proveniente da venda desses objetos pode ter sido entregue a Bolsonaro ou à ex-primeira-dama Michelle.

O advogado ressaltou que a carreira de Cid foi marcada pelo respeito à "obediência hierárquica" dentro do Exército e que ele sempre cumpriu ordens, o que poderia afastar sua culpabilidade em investigações sobre alegados desvios de joias do acervo presidencial e fraudes em cartões de vacina.

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