Após repudiar ex-presidente, PL exige lealdade de prefeito de SP a Bolsonaro

“Eu? Do lado do Bolsonaro?”, questionou Ricardo Nunes, de modo negativo

Sombra de Jair Bolsonaro em Ricardo Nunes | Intercept Brasil
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem enfrentado reiteradas tentativas de equilibrar sua postura política em meio a pressões do entorno de Jair Bolsonaro (PL). Enquanto ele busca distanciar-se do bolsonarismo, aliados do ex-presidente cobram fidelidade e uma vaga em sua chapa para as eleições de 2024, o que levanta preocupações entre apoiadores do ex-mandatário que desejam lançar uma candidatura própria na maior cidade do país.

Nunes busca equilibrar a aliança que poderia conquistar votos da direita com a rejeição a Bolsonaro entre o eleitorado de centro. Em uma palestra para estudantes universitários recentemente, quando questionado sobre sua lealdade a Bolsonaro após "milhares de mortes na pandemia da Covid-19" em São Paulo, Nunes tergiversou em sua resposta inicial, o que irritou aliados do ex-presidente. Ele respondeu com a pergunta: "Eu? Do lado do Bolsonaro?". Posteriormente, adotou um tom mais pragmático, afirmando que conversa "com todos" e destacando os índices de vacinação na capital paulista, pedindo para que não lhe atribuam "coisas dos outros".

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O prefeito paulista afirmou que não tem proximidade nem com Bolsonaro nem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Insatisfação da ala bolsonarista

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência e um dos articuladores da aliança entre Bolsonaro e Nunes, expressou sua insatisfação em uma rede social, embora não tenha mencionado o prefeito de São Paulo. Ele afirmou que "ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante". Wajngarten é um dos aliados mais próximos de Bolsonaro.

A declaração de Nunes também levou o ex-ministro e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que pleiteava ser o candidato do PL à prefeitura de São Paulo, a expressar seu descontentamento com a aliança costurada pelo partido. Salles ironizou a declaração do prefeito em suas redes sociais.

Além disso, Nunes já vinha sendo acusado de "esconder" Bolsonaro em suas redes sociais antes dessa polêmica. O PL também reclama do espaço que ocupa na gestão municipal de São Paulo, considerado insuficiente na secretaria do Meio Ambiente.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reforçou a intenção de Bolsonaro de indicar o candidato a vice na chapa de Nunes, defendendo a composição com o prefeito.

Aliados de Nunes argumentam que ele não tem controle sobre os nomes ventilados para a chapa e que a escolha do vice não foi imposta como condição para o apoio de Bolsonaro. Consideram que uma associação forte à imagem de Bolsonaro poderia limitar o crescimento do prefeito, já que 68% dos eleitores rejeitam votar no candidato indicado pelo ex-presidente em São Paulo, de acordo com uma pesquisa Datafolha.

Apesar das tensões, membros do PL garantem que é improvável que Costa Neto não apoie Nunes em 2024 e que a aliança entre eles continua, visando derrotar a extrema esquerda. O prefeito de São Paulo está em segundo lugar nas intenções de voto, com 24%, segundo a última pesquisa do instituto.

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