Delgatti diz que recebeu R$ 40 mil de Zambelli para invadir sistema do CNJ

Em novo depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, Delgatti cedeu novas informações sobre a investigação de caso Zambelli.

Deputada tem sido acusada de emitir falso mandado de prisão ao ministro Alexandre de Moraes, com ajuda de hacker | Reprodução - Foto: Mateus Bonomi/AGIF
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Na tarde desta quarta-feira (16), o advogado Ariovaldo Moreira, responsável pela defesa de Walter Delgatti Neto, afirmou que o hacker reiterou perante a Polícia Federal de Brasília, a mesma versão que havia apresentado durante seu depoimento no último mês. Contudo, o hacker também trouxe à tona "novas evidências" para sustentar a alegação de ter recebido pagamentos da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O advogado ainda esclareceu que, até o momento, não existe um acordo estabelecido para a colaboração premiada com a Polícia Federal. Em suas declarações, o representante legal não entrou em detalhes sobre a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no esquema. Ainda de acordo com Moreia, o hacker afirma com certeza que recebeu cerca de R$ 40 mil de Zambelli, em pagamentos divididos, em troca de seus serviços prestados.

"Ele faz prova de que recebeu valores da deputada", afirmou o advogado. "Segundo Walter, o valor total chega próximo a R$ 40 mil. Foi próximo a R$ 14 mil em depósitos bancários e o restante em espécie", explica.

Leia Mais

Delgatti Neto está detido sob a acusação de envolvimento em um ataque direcionado ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, com o objetivo de emitir um falso pedido de prisão contra o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes."Ele confirmou a versão dada no mês passado e, além de confirmar, ele produziu mais provas no sentido de que ele está falando a verdade", afirma o advogado Moraes. 

Segundo informações da Polícia Federal, Delgatti e Zambelli obtiveram grande êxito em penetrar nos sistemas do CNJ e BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão) ao empregar credenciais fraudulentas adquiridas de maneira ilegal, no mês de janeiro de 2023. Sendo o principal ato, a inserção de um mandado falso de prisão contra o ministro da justiça Alexandre de Moraes. No documento falsificado constava a seguinte frase"Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L". 

Adicionalmente, foram introduzidos 11 alvarás de soltura referentes a detentos com variadas razões nos sistemas do CNJ e em outros tribunais do Brasil. A investigação conduzida pela Polícia Federal busca esclarecer se a deputada efetuou um pagamento de R$ 3.000 ao hacker Walter Delgatti com o propósito de que ele fabricasse o mandado de prisão falso envolvendo Moraes. A deputada ainda nega qualquer envolvimento nesse contexto.

Delgatti já reconheceu ser o responsável pela intrusão nos sistemas do CNJ e pela elaboração do falso mandado de prisão, atendendo ao pedido de Carla Zambelli. A invasão teria sido uma espécie de compensação para a deputada, que originalmente desejava que ele realizasse a invasão das urnas eletrônicas e também tivesse o acesso as contas de Moraes. Amanhã, em Brasília, Delgatti passará por um interrogatório na CPI do 8 de janeiro.

No dia da prisão do hacker Walter Delgatti Neto, à imprensa, Carla Zambelli chegou a debochar da situação: “Eu pagaria R$ 3 mil pra me arriscar dessa forma, para fazer uma brincadeira de mau gosto? Eu sei o que é certo ou errado e não participaria de uma brincadeira de mau gosto com Alexandre de Moraes”, alega. A deputada ainda se justifica afirmando que o único pedido que fez a Delgatti foi para que ele fizesse um firewall, e ligasse suas redes sociais ao site. Além disso, ela ainda acrescenta que Delgatti não conseguiu realizar o procedimento pedido a ele. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES