Haddad cita aproximação com governador de SP sem se preocupar com Bolsonaro

Questionado sobre a conscientização de que a foto ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), poderia criar divisões no campo bolsonarista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que não se preocupou com a reação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) naquele momento.

O ministro explicou que a foto foi tirada após uma reunião em que o governador paulista concordou com um acordo para a reforma tributária. Haddad destacou que foi apresentada a Tarcísio uma solução elaborada pelo Ministério da Fazenda (MF) que respeita o pacto federativo.

"Ao vê-lo mais receptivo e recuando em relação à nossa premissa de centralizar a arrecadação, eu disse: 'Vamos descer e dar a boa notícia ao país'. Imagina se eu tava preocupado com Bolsonaro", afirmou o ministro em entrevista.

"Para mim, Bolsonaro é preocupante pelo que ele faz, pelo que ele simboliza, pelo que ele representa, mas nunca me preocupei em preocupá-lo. Na verdade, é o país que deve se preocupar com ele, não eu em relação ao que ele pensa de uma foto minha ao lado do governador de São Paulo. Eu estava ao lado do governador de São Paulo, não ao lado de Tarcísio. Sou o ministro da Fazenda e ele é o governador do estado mais rico do país", continuou.

O ministro também enfatizou que apreciou a disputa eleitoral com Tarcísio pelo governo de São Paulo, em 2022, pois, em sua visão, houve um "fair play". "Eu gostei de competir com ele pela liderança do estado de São Paulo, porque acredito que conduzimos uma campanha propositiva, uma campanha de alto nível. Ninguém xingou ninguém, discutimos ideias, não houve baixaria", comentou.

Ele defendeu que essa relação representa "a política com 'P' maiúsculo" e é disso que o país precisa.

Paz armada

Após reações negativas de apoiadores de Bolsonaro, o ex-presidente e o governador de São Paulo fizeram as pazes na última sexta-feira (07). Durante uma reunião do partido PL na quinta (06), Tarcísio foi interrompido por seu padrinho político ao defender a reforma tributária e chegou a ser hostilizado por deputados bolsonaristas.

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