Lula faz dois pedidos a Lewandowski, mas o novo ministro diz 'não' a um deles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, se encontraram no Palácio da Alvorada em um café da manhã na última segunda-feira (8) para discutir os termos da nomeação de Lula para o Ministério da Justiça. Durante a conversa, Lula fez dois pedidos específicos a Lewandowski: manter o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli.

Conforme relatos obtidos pela equipe de Malu Gaspar junto a membros do governo, Lewandowski concordou prontamente em manter Andrei à frente da PF, mas não se comprometeu com a permanência de Cappelli na secretaria executiva. O ex-ministro alegou estar estudando outros nomes e perfis para compor a equipe, o que foi interpretado por auxiliares do Planalto como um sinal negativo.

Diante disso, Lula teria compreendido a situação e afirmado que Lewandowski é livre para escolher seus secretários, não tendo a obrigação de manter Cappelli. Já em conversas anteriores, Lewandowski havia condicionado sua aceitação ao cargo de ministro da Justiça à autonomia para formar sua própria equipe.

Após o café da manhã, o entorno de Lula recebeu a indicação de que seria necessário encontrar uma solução para Cappelli. Até o momento, não está claro qual será o destino do secretário-executivo após deixar o Ministério da Justiça, mas especulações sugerem a possibilidade de ele assumir um cargo na Casa Civil, sob o comando do ministro Rui Costa, com foco em questões relacionadas à inteligência e segurança pública.

A sucessão de Flávio Dino no Ministério da Justiça, ainda não confirmada devido a questões como essa, tem se mostrado uma delicada mudança de chefias que afeta as secretarias da pasta. Entre os poucos secretários da equipe de Dino que podem ser mantidos por Lewandowski está o secretário nacional do consumidor, o advogado Wadih Damous, filiado ao PT. Damous, conhecido por declarações polêmicas, é uma figura que pode permanecer no cargo, enquanto o futuro de Cappelli permanece incerto.

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