Pastor do MDB é 'moeda de troca' em negaciação com PL para as próximas eleições

A cúpula nacional do MDB discute a possível retirada da pré-candidatura de Otoni de Paula no Rio e apoiar o nome indicado pelo PL de Bolsonaro

Pastor Otoni de Paula e o presidente Jair Bolsonaro | Reprodução
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Internamente, a cúpula nacional do MDB discute a possível retirada da pré-candidatura de Otoni de Paula no Rio de Janeiro, caso não alcance ao menos 10% dos votos. Nesse cenário, o partido estaria inclinado a apoiar o PL. Contudo, a desistência do nome de Otoni só seria concretizada se o partido de Jair Bolsonaro atuar em favor da eleição de Nunes em São Paulo.

A manutenção da pré-candidatura de Otoni permanece em aberto, mantida viva pelo MDB. Inicialmente vista com ceticismo na cena política carioca, ela ganhou impulso no final de dezembro, quando Otoni publicou um vídeo ao lado do presidente nacional do partido, Baleia Rossi, endossando a postulação.

A decisão sobre a continuidade de Otoni na disputa deve ser tomada até abril, conforme informações de membros do MDB. Uma pesquisa em março será conduzida pelo partido para avaliar as chances do deputado bolsonarista.

Foco na reeleição

O foco do MDB em 2024 é a reeleição de Nunes, tendo Guilherme Boulos (Psol) como principal adversário. O Rio de Janeiro é estrategicamente importante para Bolsonaro, sendo a sua base eleitoral.

Por sua vez, o PL possui a maior fatia do fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda no rádio e na TV. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em dezembro que seu partido apoiará Nunes, assim como Bolsonaro. Apesar disso, há sinais conflitantes, já que o ex-presidente endossou publicamente em São Paulo a pré-candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL).

Salles depende de uma autorização de Valdemar para deixar o PL sem perder o mandato e, assim, se filiar ao Partido da Renovação Democrática para concorrer à Prefeitura de São Paulo.

Disputa por votos

No Rio de Janeiro, a candidatura do MDB pode disputar votos com Ramagem. Em São Paulo, a eventual candidatura de Salles, mesmo fora do PL, também pode prejudicar Nunes ao perder votos bolsonaristas.

Questionado pela reportagem, Baleia Rossi afirmou que Otoni é pré-candidato no Rio. "Ele tem trabalhado muito e melhorado o desempenho nas pesquisas", disse.

O MDB do Rio, sob a liderança de Washington Reis, abriu diálogo com o governador Cláudio Castro (PL), que apoia Ramagem. Uma opção para a sigla seria ocupar a vice do ex-chefe da Abin.

Otoni, pastor evangélico, tem forte inserção no eleitorado bolsonarista e pode obter votos que, sem sua candidatura, iriam para Ramagem.

Apesar do reconhecimento de que é difícil para Otoni ultrapassar Ramagem, que conta com o empenho pessoal de Bolsonaro, há a preocupação de que votos perdidos possam prejudicar a chegada ao segundo turno, dependendo do desempenho de Tarcísio Motta (Psol).

Posição de Eduardo Paes

Eduardo Paes (PSD), pré-candidato à reeleição, é considerado um nome certo no segundo turno.

Otoni demonstrou sua força na eleição passada ao obter 158 mil votos para a Câmara dos Deputados, sendo o sétimo mais votado do Rio de Janeiro. O resultado foi alcançado mesmo com suas redes sociais bloqueadas em agosto de 2021 por determinação do STF. Otoni teve apenas 1.000 votos a menos que Tarcísio.

Otoni de Paula foi alvo de mandados de busca e apreensão da PF em 20 de agosto de 2021, junto com o cantor Sérgio Reis. Desde então, suas redes sociais estão bloqueadas. Ele também é réu numa ação penal no STF por injúria e difamação contra o ministro Alexandre de Moraes. Após a eleição, Otoni amainou o discurso e evitou manifestações que pudessem melindrar o STF.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

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