Sérgio Moro enfrenta 'inferno político' e cassação do mandato fica próxima

A expectativa de cassação de Moro é alavancada pela falta de sustentação política, evidenciada pela ação assinada pelo PT e pelo PL, as duas maiores forças eleitorais.

Sérgio Moro prestes a ser cassado | Agência Senado
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Sergio Moro, que deixou a magistratura no final de 2018 para entrar na política, enfrenta atualmente desafios significativos em seu sexto ano na arena política. Sua atuação no governo de Jair Bolsonaro trouxe turbulências, especialmente após críticas por sua postura na votação da indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o ex-juiz da Lava Jato vê crescerem os riscos de uma decisão desfavorável da Justiça Eleitoral que pode resultar na cassação de seu mandato como senador.

O Ministério Público se posicionou na última quinta-feira (14) a favor da ação eleitoral contra Moro, sugerindo a cassação parcial de seu mandato devido a alegado abuso de poder econômico durante a pré-campanha em 2022. Políticos de diferentes espectros ideológicos preveem um desfecho semelhante ao caso de Deltan Dallagnol, ex-deputado federal que teve seu mandato cassado em maio.

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Moro e Deltan, protagonistas da Operação Lava Jato, viram o cenário político transformar-se radicalmente de 2014 a 2019, e a operação declinou após revelações de mensagens indicando uma atuação alinhada entre os dois. Recentemente, Moro foi fotografado cumprimentando Flávio Dino, ministro do presidente Lula, gerando desconforto entre apoiadores de Bolsonaro.

O ex-juiz também se recusou a divulgar seu voto na indicação de Dino, tornando-se alvo de críticas nas redes sociais de diferentes espectros políticos. Trocas de mensagens reveladas indicam a preocupação de Deltan com a ausência de declaração de voto contrário a Dino por parte de Moro.

No âmbito judicial, o Ministério Público do Paraná defende a cassação do mandato de Moro por abuso de poder econômico, mas sem identificar uso indevido dos meios de comunicação social. O relator do processo deve divulgar seu voto em janeiro de 2024, e o caso poderá ser levado ao plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em seguida. Moro terá a opção de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao STF se condenado.

A expectativa de cassação de Moro é alavancada pela falta de sustentação política, evidenciada pela ação assinada pelo PT e pelo PL, as duas maiores forças eleitorais. O cenário anti-Lava Jato que se consolidou nos últimos anos no Judiciário também contribui para essa previsão.

A ausência de apoio político é alegada na formalização do pedido de cassação, que acusa Moro de utilizar uma estrutura cara de pré-candidato à Presidência no Podemos e posteriormente na União Brasil, desequilibrando o jogo eleitoral no estado. Moro, por sua vez, argumenta gastos módicos na pré-campanha, enquanto PT e PL alegam despesas que excedem o teto permitido.

A defesa de Moro, conduzida pelo advogado Gustavo Guedes, destaca a ausência de razão jurídica para a cassação e enfatiza o respaldo político e jurídico do ex-juiz. Nas redes sociais, Moro tenta se defender, agradecendo a análise de apoiadores e ressaltando a prerrogativa do parlamentar em não divulgar o voto.

Com a perspectiva de cassação, políticos de esquerda e direita já fazem campanha aberta para a eleição suplementar no Paraná, caso Moro perca o mandato. O desfecho desse cenário político complexo permanece incerto, aguardando as decisões judiciais que moldarão o futuro político do ex-juiz.



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