Taxa Selic tem nova redução e cai para 10,75% ao ano; Copom corta 0.5 ponto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve hoje (20) a trajetória de redução da taxa básica de juros (Selic), diminuindo-a em mais 0,5 ponto percentual, de 11,25% para 10,75% ao ano. Além disso, o colegiado ajustou sua comunicação sobre os próximos passos, indicando um corte de mesma intensidade apenas na próxima reunião, prevista para maio. 

O QUE ISSO IMPLICA? Essa mudança implica que o comitê antecipa uma nova redução de 0,5 ponto apenas no próximo encontro, sem comprometer-se com os movimentos posteriores. Essa orientação foi alterada devido à crescente incerteza e à necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, como indicado no comunicado divulgado após a reunião. 

MENOR NÍVEL DESDE 2022 - O ritmo de cortes mantido pelo Copom desde agosto do ano passado permaneceu inalterado, com seis reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual. Assim, a Selic atinge seu menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano. A decisão do Copom alinhou-se com a expectativa dos economistas, que previam unanimemente um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica, de acordo com levantamento da Bloomberg.

APOIO INTERNO - Desde janeiro, o comitê conta com quatro diretores indicados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, de um total de nove membros, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Apesar do momento de trégua, Lula recentemente pressionou Campos Neto, acusando-o de manter os juros altos por teimosia, o que, segundo ele, contribui para o atraso do crescimento econômico do país.

ATIVIDADE ECONÔMICA - Quanto aos indicadores econômicos, houve sinais de maior atividade econômica nas últimas semanas, mas persistem dúvidas sobre a trajetória da inflação de serviços subjacentes e a incerteza em relação ao início do ciclo de redução de juros nos Estados Unidos.

A inflação oficial medida pelo IPCA atingiu 4,5% nos últimos 12 meses até fevereiro, no limite superior da meta estabelecida pelo BC. Com a mudança na meta de inflação definida pelo CMN para 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o BC busca alcançar o objetivo entre 1,5% e 4,5%. Considerando os efeitos defasados da política monetária sobre a economia, o BC concentra-se cada vez mais na meta definida para 2025, quando começará o modelo de meta contínua após a alteração no sistema de metas de inflação.

O próximo encontro do Copom está agendado para os dias 7 e 8 de maio, quando será recalibrado o patamar da taxa básica de juros.

Com informações da Folha