Polícia diz que Itallo Bruno fez acordo de delação premiada e não integra facção

Durante coletiva realizada nesta terça, o delegado Humberto Mácola declarou que não existe qualquer ligação entre o influenciador e facções criminosas

Polícia diz que Itallo Bruno fez acordo de delação premiada e não integra facção | Reprodução
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A Polícia Civil do Piauí informou, durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (23), que o influenciador Itallo Bruno e os outros investigados na Operação Jogo Sujo foram soltos na segunda-feira (22) após um acordo de colaboração premiada. Os delegados à frente da investigação também declararam que Itallo e seus familiares não têm envolvimento com facções criminosas. No total, cinco pessoas formalizaram o acordo com a Polícia Civil, incluindo Itallo Bruno, seu pai, sua mãe, sua irmã e o amigo Vinícius. Todos estão sendo representados pelo advogado Lucas Villa. 

"Essa investigação iniciou no mês de agosto de 2023 e se perdurou até a data do dia 11 de janeiro, quando houve a deflagração. O objeto da investigação tratava-se de jogos de azar, lavagem de dinheiro, organização criminosa e inicialmente a suposta participação em facções criminosas. No dia 11 deflagramos a operação e na data de sábado, o relatório final foi colocado com o resultado dessa fase da operação e o indiciamento de dez pessoas", declarou o delegado Humberto Mácola.

Polícia Civil do Piauí realizou coletiva de imprensa sobre a Operação Jogo Sujo - Foto: Raíssa Morais

Ainda conforme o delegado, o influenciador realizou a chamada colaboração premiada prevista em lei, que consiste na oferta de benefícios por parte do Estado àquele que confessar ou prestar informações úteis ao esclarecimento do fato delituoso. ”Hoje nós estamos anunciando que diante da investigação, diante de todo esse inquérito, a defesa de um dos investigados em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público realizou a chamada colaboração premiada prevista em lei quando o investigado ou outros investigados decidem colaborar com as investigações. Diante dessa colaboração premiada, onde as partes cedem algo para o bem comum, para o avanço da investigação, o investigado que foi participante dessa colaboração abriu mão da totalidade dos seus bens, restando alguns apenas para garantir eventuais prejuízos a supostas vítimas, além de um bem de família. Ele reconheceu os crimes cometidos de lavagem de dinheiro, organização criminosa e os jogos de azar e deu elementos novos, abriu um leque para novas investigações”, disse.

"Os bens que o investigado abriu mão serão revestidos para a Secretaria de Segurança Pública do Piauí e nosso secretário, Dr. Chico Lucas já afirmou que grande parte desses valores irão retornar para a sociedade por meio de ações sociais", declarou.

Conforme o delgado Matheus Zanatta, a colaboração premiada busca que as partes cedam para que o bem comum prevaleça. O delegado disse que o investigado, Ítalo Bruno, fez uso de uma prática legal prevista em lei, denominada delação premiada, que consiste em benefícios por parte do estado para aquele que confessa ou fornece informações úteis aos esclarecimentos do fato delituoso.

“Nesse acordo, o investigado renunciou ao seu patrimônio, avaliado em mais de 4 milhões, adquirido através da prática de contravenção penal, em favor do estado. Ou seja, tudo construído através disso agora será do estado e será devolvido mediante ações sociais em leilão. Os valores arrecadados serão destinados a ações beneficentes”, declarou Zanatta.

O delegado Humberto Mácula, afirmou na coletiva que Itallo e seus familiares não tinham participação com facções, e sim com ações com relação a jogos de azar, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, já que havia uma empresa que funcionava de forma irregular.

"Após a finalização das investigações e dessa delação premiada, nós mantemos o posicionamento do jogo de azar, da lavagem de dinheiro, o reconhecimento dele, da organização criminosa, mas, ao final dessa investigação, nós chegamos à conclusão da ausência de participação em facção criminosa, existe essa diferença, foi verificado a existência de uma verdadeira empresa que funcionava irregular, ilegal, mas a participação e o envolvimento, tanto do investigado principal como de seus familiares, esse vínculo com facção criminosa, isso não existe, o que existiu, foi uma transação pontual entre o investigado e um membro que não denota qualquer tipo de envolvimento com participação, disse o delegado."

Polícia Civil do Piauí realizou coletiva de imprensa sobre a Operação Jogo Sujo - Foto: Raíssa Morais

O advogado Lucas Villa, que representa Itallo, seus familiares e o amigo Vinícios, disse na coletiva que esse é um momento histórico para o Piauí, onde o acordo abre precedentes, inaugurando um paradigma da Justiça Penal Negocial. Ele disso que o acordo de colaboração premiada já foi homologado e que os investigados não irão mais responder a uma ação penal. 

"Hoje nós estamos fazendo história no estado do Piauí, esse acordo abre um precedente, inaugura um paradigma, paradigma da Justiça penal negocial. Por meio desse acordo, que já foi homologado, o Itallo Bruno, seus familiares e o Vinícios, seu amigo, colaboraram com as investigações e, em contrapartida, receberam alguns benefícios. O principal benefício, é que eles não irão mais responder a uma ação penal, por conta disso, colaboramos com as investigações, com elementos necessários para que a polícia avance no esclarecimento de outras práticas delituosas que ocorrem no estado do Piauí", disse o advogado.

Polícia Civil do Piauí realizou coletiva de imprensa sobre a Operação Jogo Sujo - Foto: Raíssa Morais

Lucas Villa falou na coletiva que Itallo vai retornar com sua página no Instagram com todos os seus seguidores, já que esse foi um dos acordos da colaboração premiada, e que vai, agora de forma legalizada, voltar a fazer suas rifas.

"O Itallo vai poder voltar a suas redes sociais, terá seu Instagram de volta, isso fez parte também do acordo, voltará com todos os seus seguidores, inclusive com a autorização para que ele retorne a fazer suas rifas, desde que, autorizadas pelas autoridades competentes. Ele se regularizando e se legalizando, coisa que já está sendo providenciada, ele voltará a realizar suas rifas. Ficamos felizes também, pelo fato de ter sido esclarecido uma hipótese criminal inicial, que é o não envolvimento do Itallo Bruno e de ninguém da família dele com facções criminosas, não havia nas rifas do Itallo, nos sorteios que ele promovia, nada de dinheiro de facção criminosa, nada oriundo de tráfico e isso, felizmente, ficou demonstrado, nós fornecemos à polícia as senhas e relatórios dos aplicativos que o Itallo usava para fazer a gestão dos sorteios e lá foi possível perceber que os valores que o Itallo obtinha, que chegavam na conta dele, altos valores é verdade, todos eram provenientes da exploração da contravenção penal do jogo de azar, não havia patrocínio de facção criminosa", disse Lucas Villa.

Para finalizar, o advogado falou que Itallo passou um momento muito difícil, mas que serviu de amadurecimento e aprendizado e que ele não guarda nenhuma mágoa e sim, gratidão às autoridades, que ouviram sua defesa. Villa disse que Itallo cresceu de forma amadora, realizando atividade que ele não possuía autorização, e que agora, ele vai explorar essa atividade dentro da lei.

Polícia Civil do Piauí realizou coletiva de imprensa sobre a Operação Jogo Sujo - Foto: Raíssa Morais

"Hoje a gente pensa que foi um momento muito difícil para o Itallo e sua família, mas também um momento de amadurecimento e de aprendizado. Itallo retorna sem nenhum sentimento de mágoa, e sim um sentimento de gratidão para com as autoridades, que ouviram sua defesa e possibilitaram esse retorno e essa tentativa de recuperar-se. Ele começou do zero e conseguiu crescer, mas cresceu de forma amadora, cresceu realizando uma atividade que determina de autorização que ele não possuía, que é a exploração dos sorteios e agora ele volta, e vai explorar essa atividade dentro da lei, com assessoria jurídica e contábil adequada", finalizou o advogado.

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