Advogado Marcus Nogueira também é suspeito de abuso contra empresária

O advogado Marcus Vinícius Nogueira, ex-presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Piauí (OAB-PI), que se envolveu em um grave acidente na noite desta quinta-feira (02), que deixou uma pessoa morta e outras três feridas, na zona Sul da capital, também é suspeito de importunação sexual contra uma empresária em Teresina. 

O relato da situação foi publicado pela vítima, a empresária Lorena Nunes, de 26 anos, em suas redes sociais, junto com o boletim de ocorrência que registrou na época. O fato teria ocorrido na noite do dia 21 de agosto deste ano, quando ela e seu esposo foram em um restaurante na zona norte de Teresina. 

“Na ocasião estava eu, meu esposo, e uma amiga, também noiva do cantor que canta na noite do restaurante. Ao chegarmos, não havia mais mesa disponível, então o cantor, que também é nosso amigo pessoal, e noivo da minha amiga, acenou para que sentássemos na mesa de um casal de amigos dele. E assim fizemos, fiquei posicionada de costa para o palco, e minha amiga do meu lado esquerdo, e meu esposo do meu lado direito. Por volta das 22:10, um homem veio e passou por mim, e pegou em um dos meus seios, na hora fiquei em choque, nem acreditei que aquilo tudo fosse verdade, então meu único pensamento foi, na reação do meu esposo que presenciou tudo aquilo. Então o segurei, e aquele homem que pegou em mim, sem nenhum arrependimento, ao menos olhou para mim e pediu desculpas, e ainda queria iniciar uma confusão”, disse a empresária, em parte do relato.

Na sequência ela explica que uma segunda pessoa desconhecida ainda a abordou pedindo que ‘esquecessem aquilo’. Na manhã seguinte, Lorena Nunes explicou em seu relato que começou a se sentir mal, com ânsia de vômito e com vontade de chorar sem parar.  “Do domingo para segunda, passei a noite em claro, pensando no que eu poderia e deveria fazer, e resolvi enfim denunciar. Fui orientada por um advogado, a fazer o boletim on-line, pois eu residia em uma cidade do sul do Piauí, e era melhor fazer esse boletim virtual”, completou. 

Após ter registrado o boletim no dia 23 de agosto, a empresária informou ainda que voltou para Teresina dias depois para prestar depoimento a respeito de sua denúncia contra o advogado, junto com seu esposo, que recebeu uma ligação de Marcus Nogueira no dia 30 de agosto, que se identificou e pediu desculpas pelo ocorrido. 

“Então logo ele começou a me ligar, e não atendi nenhuma das ligações! Na semana seguinte, pedi para meu advogado para que ele fosse até a delegacia, para saber sobre o andamento da denúncia. E lá ele descobriu que o acusado não havia nem sido chamado para depor ainda, por uma suposta falta de energia, durante uma semana. Logo após que ele saiu da delegacia, me ligaram de la, pedindo para que eu fosse para uma “audiência” no dia 16/09, então perguntei se o acusado já tinha sido ouvido; e me falaram que não, que ia ser todo mundo ouvido nessa data. Então fui orientada pelo o advogado a não ir, pois era ilegal, uma audiência na delegacia, em caso de importunação sexual, com vítima e acusado frente a frente. E assim eu fiz! Não compareci”, reitera em seu relato. 

Advogado Marcus Nogueira também é acusado de abuso sexual contra empresária (Foto: Divulgação)

Lorena Nunes expôs que com o passar dos dias, foi adquirindo crises fortes de ansiedade e depressão, que precisou  iniciar o uso de medicamentos orientada por um psiquiatra. “E assim tem sido, dias de luta, sofrimento, e impunidade. Pois eu fui vítima, de um abusador, de alguém que ocupa um cargo, para defender pessoas de crimes, que ele pratica! E eu que fiquei presa, dentro de pensamentos e pesadelos, que me atormentam diariamente, desde que tudo aconteceu. As filmagens do restaurante nunca apareceram, os prints das ligações com o número dele, e a gravação dele se desculpando não valem como prova, a minha palavra não basta. E assim vai ficando!”, finalizou. 

O Meionorte.com procurou a assessoria jurídica do advogado, que informou que o caso ocorre sob sigilo e preferiu não comentar sobre a denúncia exposta pela empresária em suas redes sociais.