Ação que julga cassação de Moro tem choque de versões na reta final e incerteza no TRE

O MPE calculou gastos de R$ 2,03 milhões, considerando-o excessivo para a disputa no Paraná, caracterizando abuso de poder econômico

Senador Sergio Moro (União-PR) | Reprodução/Folha de SP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retomou suas sessões de julgamento na segunda-feira (22), gerando expectativas sobre a análise das ações que pedem a cassação do senador Sergio Moro (União). O Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu parecer favorável à perda do mandato em dezembro, alegando abuso de poder econômico. O relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, ainda não pautou o caso, causando incerteza sobre a composição do plenário que decidirá, devido ao calendário de substituições previstas no tribunal.

As ações contra Moro questionam os gastos em sua pré-campanha, período em que o ex-juiz desistiu de concorrer à presidência e optou por disputar o Senado. Com base em notas fiscais do União e do Podemos, o MPE calculou gastos de R$ 2,03 milhões, considerando-o excessivo para a disputa no Paraná, caracterizando abuso de poder econômico.

Embora não haja um limite previsto para pré-campanhas na legislação eleitoral, especialistas apontam que gastos excessivos podem ser considerados abuso, como foi o caso da cassação da ex-senadora Selma Arruda em 2019. O MPE alega que os investimentos de Podemos e União na pré-campanha de Moro representam mais de 45% do limite de gastos para a eleição de senador em 2022 no estado.

Moro em silêncio

Procurado pela imprensa, Moro não respondeu até o momento. Para evitar a condenação, o senador busca reduzir os gastos contabilizados como investimento direto em sua campanha. A defesa argumenta que os valores destinados a serviços advocatícios e outras despesas foram compartilhados com outros pré-candidatos e legendas, alegando que não trouxeram vantagem competitiva.

Especialistas em Direito Eleitoral apontam que, para configurar abuso de poder econômico, basta detectar gastos significativos na pré-campanha, sem a necessidade de apontar benefícios diretos. O MPE levantou gastos significativos em viagens do pré-candidato, incluindo a contratação de uma aeronave e despesas com serviços advocatícios, publicidade digital e segurança.

Moro — Foto: ReproduçãoA incerteza quanto à composição do plenário decorre de substituições previstas no tribunal. O mandato do juiz Thiago Paiva dos Santos e de seus substitutos José Rodrigo Sade e Roberto Aurichio Junior termina em breve. A escolha do próximo juiz depende da aprovação de uma lista tríplice pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com data ainda não definida. O presidente do TRE, Wellington Coimbra de Moura, também deixará o posto em 31 de janeiro, sendo substituído por Sigurd Roberto Bengtsson. O tribunal retoma suas atividades em 1º de fevereiro.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com 

Leia Mais


Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES