Agente da Abin é demitido por vazar dados sigilosos do caso Flávio Bolsonaro

O vazamento ocorreu durante o governo Bolsonaro, e antes de sua demissão, Ribeiro foi alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pela PF

Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Alexandre de Moraes | Montagem/MeioNorte
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Na quinta-feira (1º), o agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cristiano Ribeiro, foi oficialmente demitido do serviço secreto pelo governo federal. A decisão foi tomada após uma apuração interna que revelou que Ribeiro vazou dados sigilosos que foram utilizados em uma reportagem sobre um suposto envolvimento de um servidor da Abin na "blindagem" do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas.

Segundo informações obtidas, Cristiano Ribeiro teria fotografado a tela de seu computador na Abin e enviado as imagens para indivíduos externos à agência. O vazamento ocorreu durante o governo Bolsonaro, e antes de sua demissão, Ribeiro foi alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF), que investigou seus dispositivos eletrônicos.

A imagem vazada continha o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, expondo fotos e nomes dos servidores titulares e substitutos de cada coordenação. O Centro de Inteligência Nacional tem a responsabilidade de acompanhar "assuntos de inteligência estratégica".

A investigação interna da Abin indicou que o material vazado foi utilizado em uma reportagem do site “Intercept Brasil” em dezembro de 2020. A matéria alegava que o policial federal Marcelo Bormevet, então lotado na agência, teria produzido relatórios para proteger Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas, suspeitas que levaram à sua demissão posterior.

Bormevet, que ocupava um cargo-chave no Centro de Inteligência Nacional, foi dispensado do cargo após ser afastado por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à suposta existência de uma "Abin paralela" no governo Bolsonaro. A operação da PF contra Bormevet foi citada em um dos despachos de Moraes.

Cristiano Ribeiro foi demitido pelo governo Lula após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto em 2021. O relatório do PAD destacou duas irregularidades: "revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo" e "improbidade administrativa".

Abin paralela

Recentemente, a PF iniciou investigações sobre a alegada existência de uma "Abin paralela" durante o governo Bolsonaro. Moraes determinou uma operação de busca e apreensão contra Alexandre Ramagem, ex-chefe da agência e atual deputado federal, em 25 de janeiro.

Ramagem, responsável pela abertura do PAD que levou à demissão de Ribeiro, terá seu depoimento à PF marcado para 27 de fevereiro. Procurada, a Abin não se manifestou especificamente sobre o caso, limitando-se a informar que Cristiano Ribeiro foi demitido por infringir o Regime Jurídico dos Servidores Públicos.

Agentes de inteligência da Abin, como Ribeiro, atuam na coleta de dados estratégicos para a Presidência, desempenhando um papel crucial na prevenção de crises e riscos. A demissão de Ribeiro levanta questões sobre a segurança das informações sensíveis gerenciadas pela agência.

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