Centrão some com fundo milionário e deixa saúde de Alagoas à deriva do caos

A falta de transparência é preocupante, e a população alagoana tem razão para questionar o uso adequado desses recursos destinados à saúde

Roteiro em crise | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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A pequena cidade de Roteiro, com pouco mais de seis mil habitantes, tem chamado a atenção pela discrepância entre os recursos federais recebidos e a precariedade do sistema de saúde local. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), destinou verbas volumosas por meio de emendas parlamentares ao município, totalizando R$ 13,8 milhões desde 2019. No entanto, os resultados não têm sido os esperados.

Em teoria, o montante deveria ser suficiente para melhorar significativamente a saúde pública local. Enquanto Roteiro recebeu R$ 3,8 milhões apenas no último ano, a vizinha Barra de São Miguel, com população 24% maior, recebeu menos recursos, R$ 11,8 milhões. A disparidade chama a atenção para a questão de como esses recursos têm sido geridos e aplicados.

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De acordo com o Portal de Transparência do município, informações sobre o destino exato dos recursos estão indisponíveis, e os últimos contratos publicados pela Prefeitura datam de 2020. A falta de transparência é preocupante, e a população tem razão para questionar o uso adequado desses recursos destinados à saúde.

Escassez de medicamentos básicos

Outra questão que tem gerado indignação é a escassez de medicamentos básicos e materiais para exames. Mesmo com o expressivo montante recebido, Roteiro enfrentou meses sem estoque de remédios essenciais, como dipirona, antibióticos e anti-inflamatórios, e com falta de materiais para exames de sangue, urina e fezes. Os relatos de funcionários da saúde local revelam uma situação alarmante em que até partos foram realizados sem os devidos exames prévios.

A ausência de informações claras sobre o destino dos recursos enviados por Lira por meio de emendas parlamentares levanta questionamentos sobre a efetividade do sistema de controle e prestação de contas. A falta de resposta da Prefeitura de Roteiro e do próprio deputado alagoano para os pedidos de informações e esclarecimentos agrava a situação, reforçando a necessidade de maior transparência e prestação de contas por parte das autoridades responsáveis.

Os números apresentados ao DataSUS também levantam suspeitas, visto que indicam um aumento expressivo no número de atendimentos e visitas domiciliares em Roteiro nos últimos anos, que não condizem com a realidade local relatada por profissionais da saúde. Tais informações infladas podem estar influenciando o envio de verbas e, em alguns casos, estão sendo investigadas por falsificações em outros municípios.

A situação da saúde pública da cidade revela uma triste realidade de desperdício de recursos e falta de transparência na gestão pública. Enquanto a população sofre com a falta de medicamentos e serviços básicos, é imprescindível que as autoridades responsáveis prestem contas e tomem medidas efetivas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. A população local merece um sistema de saúde digno e eficiente, que utilize os recursos recebidos de forma transparente e responsável em prol do bem-estar coletivo.

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