Mandante do assassinato de Marielle teria foro privilegiado, mas Lessa pode revelar nome

Antes de Lessa, a PF já havia obtido a delação de outro ex-PM, Élcio de Queiroz, que admitiu ter dirigido o carro utilizado na emboscada contra a vereadora

Ronnie Lessa e Marielle Franco | Reprodução
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O aguardado acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que vitimaram a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), está em andamento e pode finalmente proporcionar um desfecho ao caso que chocou o país. Desde que a Polícia Federal (PF) assumiu a investigação, em fevereiro do ano passado, as negociações para que Lessa revele o mandante dos assassinatos estavam em curso. No final de 2023, o ex-PM decidiu assinar o acordo de colaboração premiada, que agora está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), indicando que o possível mandante tem foro por prerrogativa de função.

Faltando menos de dois meses para o sexto aniversário do crime, em 14 de março, a delação de Lessa, conforme divulgado pelo blog do colunista Lauro Jardim, pode ser crucial para a conclusão do caso. Para isso, as informações fornecidas pelo ex-PM precisam ser confirmadas pelos agentes federais do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), especializado na solução de casos complexos como o assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Delação de Élcio de Queiroz

Antes de Lessa, a PF já havia obtido a delação de outro ex-PM, Élcio de Queiroz, que admitiu ter dirigido o carro utilizado na emboscada contra a vereadora. Em seu acordo, Élcio citou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão como envolvido na morte de Marielle. Como Brazão possui foro privilegiado, há a possibilidade de que Lessa também tenha mencionado seu nome. A delação está sob análise do ministro Raul Araújo, do STJ.

Brazão já havia sido investigado anteriormente, mas nada foi comprovado contra ele. A PF, inclusive, buscou averiguar se a Polícia Civil do Rio foi diligente na apuração da primeira parte do caso Marielle, chamada de "investigação da investigação". Em 2019, um relatório de 600 páginas produzido pelo delegado Leandro Almada, atual superintendente da Polícia Federal do Rio, revelou que houve uma farsa para incriminar o miliciano Orlando Oliveira de Araújo e o então vereador Marcello Siciliano na execução da parlamentar. A farsa foi desmantelada, e Ferreirinha, policial militar envolvido na trama, respondeu por obstrução à Justiça.

Busca pelo mandante

Agora, Almada, como superintendente da PF, lidera o Gise na busca pelo mandante do crime, conforme orientação do então ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente Lula. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, estabeleceu um prazo até março para a solução do caso, aumentando a especulação de que a delação de Lessa está em andamento. Além de Brazão e Siciliano, a Polícia Civil também investigou o ex-bombeiro e ex-vereador Cristiano Girão.

Procurado pela imprensa, Brazão afirmou estar confiante na Justiça e expressou seu desejo de que o caso seja esclarecido rapidamente. A delação, regulamentada em 2013, é um instrumento que visa obter informações que auxiliem na resolução de crimes, estabelecendo um acordo entre o Estado e o investigado ou réu.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com 

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