Alcolumbre garimpa votos de indecisos para garantir indicação de Dino ao STF

Nesta semana, o ministro Flávio Dino (PSB-MA) enfrentará a sabatina no Senado para sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), um processo que, segundo fontes do governo, está se tornando um teste de força para o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) em vez de um indicador do apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado.

Indicado por Lula para suceder Rosa Weber no STF, Dino passará pela sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (13/12), presidida por Alcolumbre, antes de ir ao plenário, onde precisa de 41 votos dos 81 senadores para se tornar membro da Suprema Corte.

Alcolumbre, apelidado de "maior cabo eleitoral de Dino", tem buscado amplo apoio nos bastidores para o ministro da Justiça, visando consolidar seu nome como favorito para a presidência do Senado em 2025, quando Rodrigo Pacheco (PSD-MG) encerra seu mandato.

Votações estratégicas

A estratégia de Alcolumbre, que tem trabalhado incansavelmente nos bastidores para garantir apoio a Dino, busca fortalecer seu grupo político, independentemente das afinidades com o governo ou a oposição. O senador tem se destacado na influência sobre votações estratégicas, como a PEC que limita decisões monocráticas do STF, apoiada por bolsonaristas.

O governo estima que Dino conquistará entre 48 e 53 votos, uma margem confortável em relação aos 41 necessários, mas Alcolumbre busca superar essa expectativa, almejando cerca de 60 votos. A visão do Planalto é que o senador do Amapá está determinando o rumo da votação.

Alcolumbre, que cancelou sua ida à COP 28 para se dedicar à articulação pró-Dino, afirmou que a situação está "sob controle" e tem dialogado diretamente com parlamentares. O senador tem buscado converter indecisos, mostrando independência em relação ao governo.

A ação de Alcolumbre, que visa obter maior influência nas nomeações, especialmente no Judiciário, reflete-se em seu apoio a Dino, visando consolidar um canal com o STF. A relação positiva com a Corte é vista como um ativo pelos senadores, incluindo Pacheco e Alcolumbre.

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